Em depoimento, Lula se desentende com juíza e recebe resposta ríspida
Lula é interrogado por três horas, em Curitiba
[caption id="attachment_149363" align="alignleft" width="300"] Lula prestou depoimento sobre o sítio em Atibaia na sede da Justiça Federal, em CuritibaReprodução/ Justiça Federal[/caption] Em depoimento, Lula se desentende com juíza e recebe resposta ríspida O ex-presidente respondeu às perguntas da substituta do juiz Sérgio Moro ao longo de três horas, em Curitiba Durante quase três horas, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva prestou depoimento na sede da Justiça Federal, em Curitiba, no processo da Lava Jato que investiga reformas feitas no sítio de Atibaia, em São Paulo. Lula é réu na ação penal. O interrogatório - realizado pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta do juiz Sérgio Moro - começou por volta de 15h (horário de Brasília). Foi a primeira vez que Lula deixou a Superintendência desde que foi detido, em abril, onde cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão pela condenação no caso do triplex em Guarujá (SP). Nesse processo, o ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Logo no início, houve um desentendimento entre o ex-presidente e a juíza, quando Lula indagou: "Doutora, eu só queria perguntar para o meu esclarecimento. Eu sou o dono do sítio ou não? Porque eu estou disposto a responder toda e qualquer pergunta. Eu sou dono do sítio ou não?" “Isso o senhor que tem que responder e eu não estou sendo interrogada nesse momento”, disse a juíza. Diante da resposta, o ex-presidente insistiu afirmando que quem tem de responder é quem o acusou. “Senhor ex-presidente, esse é um interrogatório e se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”, retrucou a juíza. No início dos trabalhos, ela já havia esclarecido que o processo investigava reformas no sítio, e não a propriedade. Em seguida, Lula negou ter sido dono do sítio, afirmou que quis comprar o imóvel, mas o proprietário recusou a venda. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, e das construtoras OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. O processo tem 12 pessoas réus, incluindo Bumlai. Os procuradores do MPF afirmam, no processo, que os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio, totalizando R$ 1,02 milhão. José Carlos Bumlai teria ajudado no repasse de propina no valor de R$ 150 mil ao ex-presidente. Ex-executivos da Odebrecht confirmaram que a empresa bancou parte das obras. Lula negou as acusações afirmando, uma vez mais, não ser o dono do imóvel, que está no nome do empresário Jorge Bittar, sócios de um dos filhos do ex-presidente. Com os depoimentos do pecuarista José Carlos Bumlai e de Lula, nesta quarta-feira, a ação segue para a fase final.
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