A presidente Dilma Rousseff (PT) disse aos governadores do Ceará, Cid Gomes, e de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, à noite da última segunda-feira, que a eleição municipal não vai interferir na relação do PSB com o seu Governo e que ela sabe da existência de pessoas, de dentro da aliança governista, querendo afastar o partido dos dois governadores da base aliada.

Cid Gomes e Eduardo Campos foram jantar com a presidente, a convite dela, em razão do noticiário político registrar divergências entre o PT e o PSB em vários pontos do País, sobretudo em Recife e Fortaleza. O governador do Ceará, na última sexta-feira, ligou para a presidente dizendo que gostaria de conversar com ela sobre as relações políticas entre os dois partidos. Dilma, na segunda-feira, chamou então o governador cearense e seu colega pernambucano. A conversa deles foi acompanhada pelos ministros Paulo Bernardo, Ideli Salvati e Gilberto Carvalho.

Os dois governadores fizeram um relato das situações particulares nas capitais dos seus Estados, e Eduardo Campos falou ainda sobre as outras situações, inclusive o caso de Belo Horizonte, reiterando, ao final, o compromisso do PSB com a candidatura a reeleição da presidente e de apoio ao seu Governo.

Com Lula
A presidente disse da sua preocupação com o caso de Recife, que, em razão das ações do PT naquela cidade para contornar os problemas com o PSB, acabou o partido do governador apresentando um candidato próprio. Em relação à Capital cearense, ela demonstrou conhecer todo o processo e atestou ser diferente.

A presidente não vai participar da campanha eleitoral, mas está preocupada com as divergências dentro da própria base aliada. Os dois governadores disseram para ela que também iriam conversar com o ex-presidente Lula mais uma vez, renovando o compromisso do PSB de continuar apoiando o Governo e de permanecer aliado para as eleições de 2014, defendendo a reeleição dela.

A ideia de Eduardo Campos e Cid era acertarem com os governadores Jackson Wagner e Marcelo Déda, respectivamente da Bahia e de Sergipe, uma conversa deles com Lula. A presidente Dilma achou melhor só o governador Eduardo Campos conversar com Lula, especificamente em relação ao caso de Recife, no seu entender o único que mexeu com o ex-presidente, já que o caso de Fortaleza era esperado.

Campanha
Cid Gomes está certo, depois da conversa desta segunda-feira, que a presidente Dilma Rousseff conhece toda o processo que culminou com o rompimento da aliança do PSB com o PT de Fortaleza e, se já estava disposta a não participar diretamente da campanha eleitoral, mais razões terá de não intervir em Fortaleza, nem tampouco mudar sua relação administrativa com o governador cearense.

Ele, contudo, depois que voltar de uma rápida viagem ao exterior, depois do dia 17 próximo, se integrará à campanha, tanto de Fortaleza quanto de alguns municípios do Interior cearense, sempre nos fins de semana e em algumas oportunidades à noite, para não comprometer as ações da administração estadual.