Mudança na regra de deportação não é 'solução permanente', diz Obama
Solução não é anistia, disse o presidente, que tenta a reeleição.
G1, com agências internacionais
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (15) que a decisão de seu governo de parar de deportar alguns imigrantes ilegais que chegaram ao país ainda crianças foi um movimento "justo", mas não uma solução permanente para o problema da imigração ilegal no país.
"Isso não é uma anistia", disse Obama na Casa Branca. "Isso não é imunidade. Isso não é um caminho para a cidadania. Isso não é uma solução permanente", disse.
As mudanças nas regras haviam sido anunciadas horas antes.
A secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, disse em um comunicado que pessoas com até 30 anos de idade, que vieram aos EUA ainda menores, e que não representem risco à segurança nacional, são aptas a ficar no país e pedir vistos de trabalho.
"As leis de imigração do nosso país devem ser cumpridas de uma maneira firme e sensível", diz o comunicado. "Mas elas não foram feitas para serem cegamente cumpridas sem dar consideração às circunstâncias individuais de cada caso."
A mudança de política, que entra em vigor imediatamente, significa que estes jovens poderão beneficiar-se de uma prorrogação de dois anos nos trâmites de deportação. Napolitano também frisou que não se trata de uma anistia.
Os imigrantes ilegais que poderiam beneficiar-se com estas mudanças devem provar que entraram no país quando tinham menos de 16 anos de idade, que residiram no país durante pelo menos cinco anos antes deste anúncio e que se encontram nos EUA nesta data.
A lista de requisitos inclui que os jovens estejam matriculados agora na escola, tenham se formado no ensino médio ou tenham obtido um diploma equivalente, ou sejam veteranos que tenham recebido baixa honorável das Forças Armadas.
Além disso, devem ter um histórico que não inclua condenações por delitos graves ou repetidos, e que indiquem que "não apresentam algum outro tipo de ameaça para a segurança nacional'.
Estima-se que haja entre 1 milhão e 2 milhões de imigrantes ilegais que entraram nos EUA quando crianças vivendo atualmente no país, de acordo com números de grupos de imigrantes.
Autoridades afirmaram que as novas medidas deverão afetar cerca de 800 mil pessoas.
Eleição
A mudança nas regras ocorre em plena campanha eleitoral, em que o presidente Obama tenta a reeleição contra o republicano Mitt Romney, e ela pode influenciar o eleitorado hispânico, considerado decisivo.
A comunidade hispânica reivindicava insistentemente a medida.
Muitas tentativas para legalizar a situação dos jovens ilegais que chegaram aos Estados Unidos de forma involuntária, acompanhando seus pais ou familiares, fracassaram nos últimos anos no Congresso.
Nos Estados Unidos vivem cerca de 11,5 milhões de imigrantes ilegais. Sob a presidência de Obama, foi deportado um número recorde, mais de um milhão nos último três anos.
Obama apoia a reforma da imigração, mas foi incapaz de conseguir apoio parlamentar para implementá-la, o que estremeceu seu relacionamento com este eleitorado.
Durante as prévias republicanas, seu rival Romney vem se posicionando fortemente contra a imigração ilegal.
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