Funcionários espanhóis saem às ruas contra cortes de salários

No caso dos servidores, haverá supressão do salário extra de Natal.

G1, com informações da France Presse

Funcionários das principais cidades espanholas saíram às ruas nesta sexta-feira (13) para protestar contra os cortes que serão aprovados pelo governo de Mariano Rajoy no Conselho de Ministros, que, em seu caso, se somará a outros já aprovados com o anterior governo socialista.

Em Madri, protestos paralelos ocorriam diante de diferentes edifícios da Administração Pública. Os presentes comentavam entre eles que todos deveriam se mobilizar, entre assobios, apitos e gritos contra o governo regional de Madri e o governo central espanhol.

Aproveitando a meia hora de descanso a que têm direito por dia, os funcionários públicos mostravam sua rejeição aos novos planos de ajuste, que incluem, em seu caso, a supressão do salário extra de Natal.

"Cada vez cortam mais o nosso salário", afirma Nuria Rodríguez, de 35 anos e funcionária regional. Tem dois filhos e um marido atingido em outra empresa por um ERE (Expediente de Regulação de Emprego ). Ela, com contrato provisório, perderá seu emprego em setembro.

Entre os manifestantes, há bombeiros e policiais. Um deles, Jesús García Pineda, lembra: "Os policiais estão contra os cortes".

Para os funcionários do ministério da Educação, reunidos em frente ao mesmo e a cerca de cem metros do protesto da Porta do Sol, os cortes são uma "agressão".

Medidas
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou nesta quarta-feira (11) novas medidas de ajuste destinadas a reativar a economia do país, que incluem uma reforma da administração e um aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA).

O novo pacote de medidas de ajuste exigido por Bruxelas representa, incluindo novos cortes e arrecadação, 65 bilhões de euros até o fim de 2014, segundo Rajoy.

"Em seu conjunto, o pacote de consolidação fiscal, incluindo arrecadação e redução de gastos, representará uma quantia de 65 bilhões de euros nos próximos dois anos e meio", declarou o primeiro-ministro.

Nesta segunda-feira (9), a zona do euro obteve um "acordo político" sobre a recapitalização financeira da Espanha, na reunião celebrada em Bruxelas, em meio ao crescente temor sobre a dívida espanhola. Em coletiva à imprensa, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker disse que 30 bilhões de euros serão disponibilizados para a Espanha até o fim do mês, "para necessidades urgentes do setor bancário".