Bernabei, do Internacional, foi um dos melhores em campo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Colorado adotou postura mais conservadora para tentar minimizar espaços e evitar avanços dos cariocas no empate em 1 a 1 no Maracanã

Por Tomás Hammes — Porto Alegre - 30/03/2025 

Se ainda existia alguém desconfiado, o desempenho no empate em 1 a 1 com o Flamen-go chancelou que o Inter é um dos candidatos a conquistar o Brasileirão de 2025. O time conseguiu conter a volúpia carioca graças ao plano traçado por Roger Machado, sem abdicar da construção quando possível, como no gol de Bruno Henrique. O que confirma a qualidade do grupo e o repertório do técnico a distintos desafios. 

A equipe de Filipe Luís, mesmo sem Gerson e Arrascaeta, esbanja talento. Entram e saem jogadores e o padrão não baixa. O ímpeto ofensivo é a marca. Os gaúchos precisaram encarar os rivais com uma postura mais conservadora. Nada de se atirar ao ataque e fincar raízes pró-ximo à área de Rossi.

O Colorado precisou confirmar a solidez que apresentou no Gauchão, com a melhor defesa de apenas seis gols sofridos. Só que como evitar os espaços a Wesley, Alex Sandro, De la Cruz, Luiz Araújo, Bruno Henrique e Juninho (sem contar as mudanças ao longo da partida)? 

A sabedoria de Roger entrou em cena. Claro que referendada pela aplicação dos comandados. O 4-2-3-1 que costuma montar virou um 5-3-2. Fernando saiu de frente da área e virou o terceiro zagueiro em uma linha de cinco defensores. O Inter não titubeou em cometer faltas quando entendia como tática.

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Tudo para minimizar as ações dos mandantes que, ainda assim, incomodaram. Rochet precisou brilhar e chegou a lesionar a mão esquerda, que o impediu de voltar ao segundo tempo.

Aqui, outra observação. Quem sonha em levantar o Brasileirão precisa de grupo. Se o uruguaio tem hierarquia, Anthoni, o substituto, mostra que supre a ausência, como nas defesas em finalizações de Pulgar e Yan Wallace.

Contudo, o Inter não ficou entrincheirado o tempo todo. Longe disso. Verdade que a magia de Alan Patrick ficou em Porto Alegre. O capitão encontrou pouco espaço, assim como Vitinho, Wesley e Borré.

Uma jogada trabalhada

Ainda assim, a qualidade que Roger tanto aprecia apareceu na etapa inicial. O gol contou com a participação do quarteto ofensivo, mas a construção iniciou no campo de defesa com Bernabei, que cruzou para Bruno Henrique abrir o placar. Mérito do técnico.

Mais do que isso. Uma jogada a qual Roger trabalha à exaustão. Nos exercícios de cruzamento que promove no CT do Parque Gigante, o atacante que está à frente ruma ao primeiro poste para ludibriar a marcação e abrir espaço para quem aparece no segundo finalizar.

Dito e feito. Vitinho realizou o movimento, Bernabei observou o posicionamento e Bruno Henrique chutou de primeira. Lembra o gol de Alan Patrick, o segundo do Inter na vitória no Gre-Nal da Arena, primeiro jogo da final do Gauchão? Pois então! A diferença é que quem fez o movimento na ocasião foi Fernando.

É verdade que o Inter vazou logo no início da etapa final após um bate e rebate na área que Léo Pereira marcou. Então, a pressão ficou ainda maior.

Juninho aproveitou uma rara falha de Fernando, apareceu às costas do camisa 5 e chutou na saída de Anthoni. A bola, caprichosa, acertou a trave. Time que luta e conquista títulos também precisa de sorte.

Aos 25 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Alan Patrick do Internacional contra o Grêmio

O Flamengo tentou. Porém, os visitantes conseguiram trazer o ponto a Porto Alegre. Fundamental. Travaram um concorrente direto que deixará passar pouquíssimas oportunidades no Maracanã.

Os gaúchos elevam ainda mais o moral após a conquista do Gauchão, mantêm a invencibilidade em jogos oficiais na temporada e mostram que o sonho de levantar o Brasileirão é palpável. Basta conhecer o rival e executar a estratégia certa.

Até quinta-feira, o Inter deixa de lado o nacional e dá início à disputa pelo tricampeonato da Conmebol Libertadores. O rival será o Bahia, na Fonte Nova, a partir das 19h.