Palmeiras é salvo pelo talento de Estêvão, mas não passa confiança para conquistar o título
Palmeiras não se mostra sólido como em outros momentos.
Estêvão é celebrado em vitória do Palmeiras no Mineirão — Foto: Cesar Greco
Por Thiago Ferri — São Paulo 05/12/2024
Verdão arranca vitória no fim que mantém o Brasileirão aberto até a rodada final, só que desempenho contra o Cruzeiro ficou distante do que se espera por um postulante a ser campeão
O Palmeiras tem poucas chances, mas a possibilidade de ser campeão brasileiro na rodada final do Brasileirão ainda existe. Muito por conta do golaço que Estêvão fez nos minutos finais para garantir a vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, quarta, no Mineirão.
Mas a equipe não chega a gerar confiança pelo tricampeonato seguido.
O cenário é complicado, pois o Verdão terá que vencer o Fluminense no Allianz Parque e esperar que o rival São Paulo, já sem aspirações na competição, vença o Botafogo no Nilton Santos. Para piorar, o desempenho nessa penúltima rodada foi aquém do esperado.
Precisando vencer, Abel Ferreira optou por mudanças além das esperadas. A começar por Giay em vez de Mayke na vaga do suspenso Marcos Rocha. Vanderlan e Flaco López também ganha-ram as vagas de Caio Paulista e Flaco López.
Sem torcida, o sistema de som do Mineirão tocava músicas cantadas pelos cruzeirenses, mas longe de criar um ambiente que incomodasse o Palmeiras.
Desde os primeiros minutos, o Verdão jogou à vontade. Giay, Richard Ríos e Raphael Veiga fica-ram próximos a Estêvão no lado direito, enquanto Vanderlan abria o campo na esquerda, com Felipe Anderson por dentro, se aproximando de Flaco.
Com essa formação, o Palmeiras criou chances, envolveu o Cruzeiro, mas reviveu um problema antigo: a falta de eficácia. Felipe Anderson teve duas chances claras, Estêvão outra ainda mais, mas todas pararam em Cássio. Foram 14 finalizações na etapa inicial – e nenhum gol.
O segundo tempo demonstrou o que vem acontecendo ao longo da temporada. Sem conseguir transformar o domínio em gol, o time de Abel Ferreira começa a perder confiança.
E assim aparecem erros bestas, como o de Aníbal Moreno em uma saída de bola sem pressão, que gerou o gol de Matheus Pereira.
A partir da desvantagem no placar, o Palmeiras ficou mais desorganizado, e Abel fez escolhas curiosas. A primeira delas: Gabriel Menino entrou na vaga de Felipe Anderson como ponta es-querda, tendo opções no banco como Rony, Dudu e Lázaro.
Mauricio, outra novidade no segundo tempo, empatou o jogo. O resultado, combinado com a vitó-ria do Botafogo, ainda dava o título ao time carioca com uma rodada de antecedência.
Lázaro foi a última troca alviverde, voltando a atuar depois de dois meses. Isto fez Rony, titular até o último jogo, e Dudu nem entrarem na partida. Escolhas que mostram falta de convicção de Abel no ataque, que terminará 2024 marcado como um setor que produziu menos do que o espe-rado.
O gol de Estêvão, já aos 44 minutos do segundo tempo, coroou o jogador que foi mais usado para criar algum perigo, tanto no melhor momento da etapa inicial, quanto no abafa na etapa final. Uma pintura que adiou a definição do título brasileiro.
Ainda é possível ser tricampeão brasileiro, mas não é provável. Além de disputar a taça com um Botafogo fortíssimo, o Palmeiras não se mostra sólido como em outros momentos.
Mais uma vez, a equipe finalizou muito (29 vezes) e só conseguiu dois gols. Embora seja o melhor ataque do Brasileiro, o time perde muitas chances claras. É difícil confiar como em outros anos diante de um problema tão recorrente.
Serão preciso mudanças para 2025, independentemente de o ano terminar com taça ou não.
https://ge.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2024/12/05/analise-palmeiras-e-salvo-pelo-talento-de-estevao-mas-nao-passa-confianca-para-conquistar-o-titulo.ghtml
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