Musas dão sangue no Sambódromo e exibem machucados e cicatrizes após desfiles no carnaval de São Paulo

Sabrina Sato, que saiu na Gaviões da Fiel, ficou com um hematoma no braço. Andrea Capitulino, da Acadêmicos do Tatuapé, machucou um seio, e marido comentou: 'Achei que tinha furado a prótese'.

Por Cauê Muraro, Barbara Muniz Vieira e Thaís Matos, G1 SP

A apresentadora Sabrina Sato, rainha de bateria da Gaviões da Fiel, optou por uma fantasia metálica ousada, mas acabou com um hematoma no braço. Já Camila Prins, primeira madrinha transexual do Grupo Especial do carnaval de São Paulo, machucou o pé. E Andrea Capitulino, da Acadêmicos do Tatuapé, feriu um dos seios e fez o marido temer por uma tragédia – "achei que tinha furado a prótese", disse ele.

As musas deram o sangue neste carnaval de 2020. Mas garantem: o sofrimento valeu a pena. Mesmo porque, argumentam elas, a emoção na hora de cruzar a avenida ajuda a superar as dores decorrentes das bolhas ou o desconforto ocasionado por um costeiro nota dez em ostentação e zero em conforto.

Sabrina Sato – que veio de Julieta, em homenagem à personagem de William 

Andrea Capitulino mostra machucado após desfile na Acadêmicos do Tatuapé — Foto: Celso Tavares/G1

Andrea Capitulino mostra machucado após desfile na Acadêmicos do Tatuapé — Foto: Celso Tavares/G1

CamilaPrins mostra o pé machucado depois do destile pela Colorado do Brás — Foto:Arquivo Pessoal

Ao desfilar neste sábado (22) pela Colorado do Brás, Camila Prins, de 40 anos, tornou-se a primeira madrinha transexual do Grupo Especial do carnaval de São Paulo.

Ao término do desfile, mostrou ferimentos no pé. Ao G1, Camila contou que o machucado, na verdade, foi decorrência de esforço prévio – tudo por uma boa causa.

"Isso foi ensaio em cima de ensaio sacrificando todo o meu pé para hoje estar impecável!"

Camila não economizou para brilhar à frente da bateria. Sua fantasia, com penas de faisão real, tinha 1,1 mil penas. Cada uma custou R$ 45. O valor total da fantasia chegou a R$ 50 mil.

"Não quis economizar para demonstrar meu amor pelo carnaval", justificou.

Camila revelou ter aprendido com Sabrina Sato a usar um absorvente nos ombros para evitar que o peso do costeiro machuque. "Com essa maratona, não dá pra machucar", comentou, antes do desfile.

Camila Prins mostra fantasia antes de entrar na avenida — Foto: Deslange Paiva/G1

"Quem vê close não vê corre", brincou ela em vídeo enviado ao G1, no qual mostrou uma marca na testa após o desfile desta sexta-feira (21).

Ela é filha do presidente da escola, Paulo Serdan. A estudante avalia que, por causa disso, precisa provar que está no cargo de rainha mirim por mérito próprio.

"Hoje em dia, a minha comunidade estando feliz comigo, meu pai reconhecendo, me basta. Quem não me conhece não merece minha tristeza. Mas já fiquei muito mal com as críticas", afirmou em entrevista antes do desfile.

Duda tem oito anos de samba pela Mancha Verde e seis à frente da bateria. Ela tem o aval de Vivi para desfilar.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/carnaval/2020/noticia/2020/02/23/musas-dao-sangue-no-sambodromo-e-exibem-machucados-e-cicatrizes-apos-desfiles-no-carnaval-de-sao-paulo.ghtml