Leilão de arroz vai acontecer se preço não cair, diz ministro
O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Nesta semana, dados serão apresentados para indicar onde será necessário fazer um abastecimento pontual do produto
Por Rafael Walendorff — Brasília
Ministro Paulo Teixeira disse que edital para o novo leilão de arroz importado está pronto — Foto: Freepik
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (10/7) que a possibilidade de um novo leilão para compra pública de arroz importado segue no radar do governo. Segundo ele, é "inexorável" a realização do pregão caso os preços do produto não baixem nas gôndolas dos supermercados, principalmente nas capitais do Nordeste.
Ele afirmou que o governo tem feito uma gestão de preços em conjunto com a cadeia produtiva do arroz. Nesta semana, os dados serão apresentados para indicar onde será necessário fazer um abastecimento pontual do produto para provocar uma queda nas cotações finais aos consumidores.
"Nesta semana vamos dizer como está o preço nas capitais do Nordeste, vamos dizer aos produtores e indústrias que coloquem produto para baixar o preço nas capitais do Nordeste. Caso isso não aconteça, é inexorável um leilão", pontuou Paulo Teixeira em entrevista ao programa "Bom dia, ministro", da EBC.
Ele voltou a dizer que o edital para o novo leilão está pronto. "A medida é o preço do arroz. Se o preço chegar a um patamar adequado, o leilão não é necessário. Vamos fazer o monitoramento semanal para ver se diminui preços nas capitais, em especial no Nordeste, que é onde aumentou. Eles [produtores e indústrias] vão ter que tomar uma atitude, uma providência. Caso contrário, o único meio que nos resta é comprar e ter instrumento para garantir arroz a preços mais adequa-do para o bolso do brasileiro", completou.
Mais cedo, na mesma entrevista, Teixeira fez um apelo para produtores e indústrias baixarem os preços do arroz no país. "Ainda está muito alto", disse ele.
Um grupo formado pelos ministérios da Fazenda, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em conjunto com a Câmara Setorial do Arroz fará essa gestão de preços. "Os produtores de arroz nos procuraram e disseram que vão abastecer onde o preço está alto", comentou o ministro.
Paulo Teixeira confirmou que os preços do arroz estavam em alta no país antes mesmo da catás-trofe climática do Rio Grande do Sul, ocorrida entre o fim de abril e início de maio, mas que desde então as cotações dispararam e não voltaram à normalidade em algumas praças. Ele comentou que a intenção do governo é estimular o aumento do plantio do cereal em outros Estados.
"Tendo em vista que o arroz é produto de consumo diário do povo brasileiro e que sofreu abalos, aumentos importantes na pandemia e antes até do desastre no Rio Grande do Sul, achamos im-portante aumentar a produção. Estamos desenvolvendo vários mecanismos. O primeiro é de juros menores para quem produzir arroz, de 3%, e para o arroz orgânico, de 2%", explicou.
O governo mantém também a ideia de lançar contratos de opção para garantir a compra de arroz a um preço pré-estabelecido.
"Quem produzir arroz em determinada região e não conseguir preço mínimo, o governo compra-rá, dará garantia de compra desse arroz. E devemos também ter uma política de estoque de arroz pela Conab para quando aumentar preço o governo conseguir disponibilizar o arroz que tem estocado", completou.
Quaest: 75% acham que alta do dólar vai afetar preços de alimentos e combustíveis no Brasil
Moeda americana subiu mais de 14% neste ano em relação ao real. Pesquisa ouviu 2 mil eleitores entre 5 e 8 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Por Arthur Stabile, Artur Nicoceli, g1 — São Paulo
Pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira (10) mostra que 75% dos brasileiros acham que alta do dólar vai afetar preços de alimentos e combustíveis no Brasil.
Para 18% dos entrevistados, a alta da moeda americana não terá impacto. Outros 7% não sabem ou não responderam.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas com 16 anos ou mais em 120 municípios entre os dias 5 e 8 de julho. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Desvalorização do real
Desde janeiro, a moeda americana valorizou 14,75% sobre o real a alta é de 6% apenas desde o final de maio, refletindo tanto fatores internos quanto o quadro internacional.
O real se tornou uma das moedas que mais se desvalorizaram em 2024: entre 118 moedas, o real era a 5ª com as maiores perdas até meados de junho, segundo levantamento da Austin Rating.
O avanço mais recente do dólar tem sido atribuído por especialistas, em parte, a declarações do presidente Lula (PT), sobretudo contra o Banco Central, autoridade monetária do país responsável por estabelecer a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
O Banco Central também tem o poder de intervir no câmbio, comprando ou vendendo dólares para elevar ou diminuir a cotação da moeda americana.
A pesquisa Quaest também perguntou aos eleitores sobre o impacto das falas de Lula no aumento do dólar. Para 53%, as afirmações do presidente não são a principal razão para a alta do dólar. Outros 34% acham que sim.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/07/10/quaest-75percent-acham-que-alta-do-dolar-vai-afetar-precos-de-alimentos-e-combustiveis-no-brasil.ghtml
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