Rodovias são bloqueadas no interior do RS em novo dia de protestos
A segunda-feira (1) é marcada por novos protestos no Rio Grande do Sul. Cinco rodovias foram bloqueadas por manifestantes. A BR-101, BR-285, BR-472, BR-290, ERS-234 e a BR-392 tiveram trechos fechados, deixando o trânsito lento. Algumas escolas não abriram no estado e alunos, pais e professores foram às ruas pedir melhorias no setor da educação.
Caxias do Sul é um dos municípios que registrou mais um protesto nesta segunda. Um grupo de 300 pessoas, segundo a Brigada Militar, se reuniu às 18h na Praça Central do município e se dividiu em vários grupos. Eles trancaram cruzamentos da cidade. De acordo com a BM, agentes de trânsito desviaram os veículos para evitar congestionamentos.
Em Nova Prata, na Serra, pelo menos 250 manifestantes fecharam a ERS-324 no trevo sul. De acordo com a Brigada Militar, o grupo iniciou o protesto às 18h e liberava o trânsito a cada 15 minutos. A reivindicação é por melhorias nas estradas.
Pelo menos 70 pessoas bloquearam parcialmente a BR-101 na altura de Três Cachoeiras, no Litoral Norte. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o protesto é do sindicato dos caminhoneiros que, desde as 9h, convidou outros motoristas a se juntar ao grupo. Ainda segundo a polícia, houve registro de apedrejamento por parte dos manifestantes em veículos que não quiseram aderir a causa. Alguns pneus foram queimados na pista.
Cerca de 300 pessoas, segundo a PRF, fizeram uma manifestação na BR-285, em Santo Antônio das Missões, no Noroeste, no acesso ao município de Garruchos. O grupo bloqueou a rodovia pedindo o asfaltamento de um trecho de mais de 60 km da ERS-176, que liga as duas cidades. A cada 15 minutos, a PRF faz a liberação da via para passagem de veículos.
Um grupo de cerca de 30 produtores rurais bloqueou a BR-290, no acesso ao município de Charqueadas, no início da tarde. Segundo informações da PRF, os manifestantes reclamaram das novas regras para emplacamento e circulação de máquinas agrícolas pelas estradas federais. O bloqueio foi feito nos dois sentidos, mas a via é liberada para a passagem dos veículos regularmente. Por isso, o congestionamento no local não chegava a um quilômetro por volta das 16h.
A cidade de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, registrou três protestos nesta segunda-feira. Cerca de 100 caminhoneiros bloquearam desde as 12h a entrada para o Porto Seco. Eles pediram a redução dos tributos sobre o óleo diesel e reclamaram da nova lei dos motoristas e dos valores cobrados pelos pedágios. Pelo menos 300 caminhões aguardaram a liberação para ingressarem no porto.
Também em Uruguaiana cerca de 150 pessoas, segundo a Brigada Militar, realizaram um protesto nesta tarde. A manifestação, que pede uma revisão da licitação para o transporte público e melhorias no sistema de saúde da cidade, começou por volta das 15h30, em frente à prefeitura. Os manifestantes fizeram uma marcha pelas principais ruas da cidade e retornaram para a prefeitura. Mais cedo, líderes do grupo foram atendidos pelo prefeito Luiz Augusto Schneider.
De manhã, alunos, pais e professores da escola Alceu Wamosy fizeram um protesto às margens da BR-472, em Uruguaiana. Há quase um mês, ao menos 15 alunos estão sem ir à escola pela falta de transporte. A empresa de ônibus suspendeu o serviço por causa das condições da estrada. O secretário de obras do município informou que reparos emergenciais já estão sendo feitos para que os ônibus voltem a circular.
Três protestos fecharam trechos da BR-392 no Rio Grande do Sul. Desde a manhã, caminhoneiros bloquearam o km 297 em São Sepé, na Região Central. A rodovia foi parcialmente interrompida desde as 9h. Ás 18h, pelo menos 100 manifestantes estavam no local, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Em Santa Maria, a estrada ficou fechada por 3h e liberada por volta das 16h. De acordo com a PRF, 300 manifestantes participaram.
Em Rio Grande, na Região Sul, cerca de 100 manifestantes bloquearam o km 24 da BR-392, no sentido Pelotas - Rio Grande por cerca de uma hora, entre as 8h e 9h. A pista já está liberada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, formou-se um congestionamento de cerca de 5 km no local.
Entre os motivos dos protestos, que motivam trabalhadores do setor em todo o Brasil, estão o tabelamento do preço dos fretes, o valor do diesel, dos pedágios e a cobrança por eixos erguidos. Eles também pedem a revogação da Lei Federal que determina descanso de 11h a cada 24 trabalhadas e 35h de folga semanal, além de horário de intervalos diários.
Em Ibirubá, na Região Noroeste, cerca de 200 pessoas, segundo a Brigada Militar, realizaram uma manifestação às 10h. Elas se concentraram em frente ao Monumento do Imigrante e caminharam pelas ruas da cidade pedindo mais investimentos em saúde, educação e segurança. O ponto final foi a prefeitura da cidade, onde permaneceram até as 11h30.
Da mesma forma, em Fortaleza dos Valos, também Região Noroeste, cerca de 300 pessoas, segundo a Brigada Militar, se reuniram em frente à Escola Estadual Leopoldo Meinen. Com duração de 1h30, percorreram as ruas da cidade pedindo o fim da corrupção e questionando os gastos públicos com a Copa do Mundo.
Cerca de 80 pessoas realizaram um protesto no plenário da Câmara de Vereadores de Alegrete, na Fronteira Oeste. Os manifestantes pedem a reativação do Conselho Municipal de Transporte, para que o Legislativo possa votar as reduções na tarifa do transporte público da cidade. Além disso, o grupo reivindica que o preço da passagem, que havia subido para R$ 2,40 e atualmente está em R$ 2,15, baixe para R$ 2,00.
O plenário da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires foi palco de uma manifestação. Cerca de 50 pessoas interromperam a sessão das 19h para protestar contra os altos salários dos vereadores, dos secretários municipais e do prefeito e seu vice. Os manifestantes, que ganharam acesso ao microfone da Câmara para explicar suas reivindicações, pediram a redução de 20% no pagamento dos políticos da cidade. A Brigada Militar acompanhou o protesto.
Região Metropolitana também registra movimentação
Algumas cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre também fizeram novos protestos nesta segunda. Em Novo Hamburgo ,um grupo de 60 pessoas se reuniu na Praça do Imigrante, segundo a Brigada Militar. Juntos, caminharam até a Câmara de Vereadores. O protesto durou cerca de 1h.
Já em São Leopoldo, cerca de 100 pessoas, de acordo com a Brigada Militar, realizaram protesto na BR-116, próximo ao acesso à cidade. Eles iniciaram o movimento às 19h, mas a rodovia não foi bloqueada. Canoas também registrou uma pequena manifestação. Segundo a Brigada Militar, 50 pessoas se reuniram na Praça do Avião.
Em Gravataí, cerca de 150 pessoas realizaram um protesto, segundo a Brigada Militar. Os manifestantes se concentraram em frente à prefeitura por volta das 17h e partiram em uma marcha pela cidade. O grupo pedia isenção de tarifa para estudantes e melhorias no transporte público. O protesto foi encerrado por volta das 20h30.
Com escolas fechadas, educação entra na pauta de protestos
Em Caibaté e Mato Queimado, no interior do Rio Grande do Sul, cerca de 400 pessoas entre alunos, professores e profissionais de ensino se reuniram na praça de Caibaté por volta das 9h desta segunda. A manifestação durou cerca de 2 horas. Eles pediam melhorias na saúde, na educação e, principalmente, das condições das escolas e a adequação do salário dos professores.
Com as caras pintadas e segurando diversos cartazes, os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade e encerraram o protesto em frente ao prédio da prefeitura. Nenhuma escola abriu nos dois municípios nesta segunda.
Em Progresso, no Vale do Taquari, cerca de 150 alunos de uma escola estadual se reuniram em uma caminhada para reivindicar transporte escolar. Há quase um mês, os estudantes pararam de frequentar as aulas do turno inverso pois não tinham como voltar para casa. O prefeito da cidade alega que a verba repassada pelo estado não é suficiente e que o município precisa arcar com R$ 800 mil.
Caminhoneiros queimam pneus na BR-101 em Três Cachoeiras, RS (Foto: Divulgação/ PRF)
Em São Sepé, caminhoneiros também aderiram ao protesto na BR-392 (Foto: Luís Eduardo Silva/RBS TV)
Moradores de Alegrete, RS, foram ao plenário reivindicar (Foto: Rafael Ferreira/ RBS TV)
Do G1 RS
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