\'Podemos conviver com a seca\', diz Dilma em lançamento do Plano Safra

A presidente Dilma Rousseff esteve em Salvador, nesta quinta-feira (4), para fez o lançamento do Plano Safra Semiárido. "Podemos conviver com a seca", disse a presidente Dilma durante a cerimônia no Centro de Convenções da Bahia. O investimento do Plano é de R$ 7 bilhões.

A intenção do Governo Federal é implantar uma série de medidas para o fortalecimento da produção agrícola e pecuária no Nordeste brasileiro e norte de do estado de Minas Gerais, com vistas a ajudar as prefeituras e trabalhadores rurais a enfrentar os efeitos da seca. A principal medida é a suspensão das execuções das dívidas dos produtores da região até o fim do ano que vem.

"A seca não pode virar uma catástrofe, ela pode ser perfeitamente controlada", complementou a presidente.

Na Bahia, atualmente, 253 municípios têm situação de emergência decretada devido à estiagem, segundo informações da Defesa Civil do Governo do Estado. De acordo com os dados, 2.729.120 pessoas são afetadas pelas consequências da estiagem.

De helicóptero após desembarcar na Base Aérea de Salvador, a presidente chegou ao Centro de Convenções da Bahia, no bairro do Stiep, por volta das 11h15. A chegada e toda a cerimônia transcorreu sem atos de protestos. Este evento foi adiado do dia 21 de junhopara esta quinta-feira em função da onda de manifestações que ocorriam em Salvador na ocasião. Dilma tem previsão de retornar ainda nesta quinta-feira a Brasília.

A presidente Dilma entregou 323 máquinas - 130 retroescavadeiras e 193 motoniveladoras -, voltadas para a agricultura e a abertura e manutenção de estradas vicinais na Bahia, e fez a entrega simbólica de 250 ônibus escolares do Programa Caminho da Escola.

Estiveram presentes no evento governadores dos estados contemplados com o Plano Safra, entre eles Jaques Wagner, da Bahia; e Eduardo Campos, de Pernambuco. Também participaram os ministros Fernando Bezerra, da Integração Nacional; César Borges, da pasta de Transportes; e Pepe Vargas, do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, fez o discurso de abertura do evento. "Uma ajuda neste momento tão difícil, afinal de contas, no ano passado e esse ano vivemos uma das piores secas da história do Brasil. É uma ampliação de benefícios através da transferência de equipamentos para prefeituras do Nordeste", ressaltou o democrata.

Neto apontou a dificuldade dos prefeitos diante da cobrança da população local por soluções para os problemas causados pela estiagem. "Há limitações financeiras para atender. Todo dia que eu vou pra casa eu peço a São Pedro pra levar um pouco dessa água [chuva em Salvador] para meus colegas do interior", descontraiu Neto sobre a solidariedade aos gestores municipais no interior do estado.

Segundo informações do Governo Federal, atualmente, a região contemplada pelo Plano Safra Semiárido abriga 1,6 milhão de estabelecimentos agropecuários, dos quais 90% possuem menos de 100 hectares e 75% uma abrangência inferior a 20 hectares. Os moradores sofrem com os efeitos da estiagem, que é considerada a mais grave dos últimos 50 anos.

Ainda de acordo com o Governo Federal, o Plano Safra Semiárido pretende garantir segurança produtiva, impulsionando sistemas de produção adaptados à realidade do clima da região. Este é o primeiro plano voltado especificamente para a região do semiárido nordestino.

Na Bahia, o semiário é a região mais castigada pela seca. Os produtos resistentes à estiagem, como caju, umbu e sisal, tiveram perda de 60 a 80% nos últimos dois anos, de acordo com a Secretaria da Agricultura.

O abate de ovinos e caprinos cresceu 70% para evitar que os animais morressem no campo. A região abriga 400 mil famílias de agricultores em 265 municípios e corresponde a 65% do território da Bahia.

Evento aconteceu no Centro de Convenções da BA (Foto: Manu Dias/Gov BA)

Dilma logo após desembarque em Salvador, na BA (Foto: Manu Dias/GOVBA)

Do G1 BA