Três a cada 10 mortes de gestantes e puérperas desde o início da pandemia foram provocadas por Covid-19, no Ceará

Até o dia 29 de junho, o estado do Ceará já registrou 59,7% da morte de grávidas ou puérperas por Covid-19.

Por Isayane Sampaio, G1 CE

Covid-19 tem sido a principal causa da morte de grávidas e puérperas no Ceará, diz Sesa — Foto: SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Conforme a Sesa, desde o início da pandemia no Ceará, já se somam 211 mortes de mães, entre 2020 e 2021. Dessas 211 mortes, 67 delas foram em decorrência da Covid-19.

A Covid-19 tem sido a principal causa da morte de gestantes e puérperas no Ceará, de acordo com uma nota técnica divulgada na tarde desta sexta-feira (2) pela Secretaria da Saúde (Sesa). Desde o início da pandemia no Ceará, em março de 2020, até o dia 29 de junho de 2021, já se somam 67 mortes de mães recentes em decorrência do coronavírus, dentre os 211 óbitos desse grupo. Isso significa que a doença pandêmica ocasionou três a cada 10 falecimentos entre grávidas e, principalmente, mães com menos de 45 dias dos filhos nascidos.

Só em 2020, 23,5% das mortes de mães no Ceará foram causadas pelo novo coronavírus. Já neste ano, em apenas seis meses, o cenário da mortalidade materna apresentou crescimento ainda maior. Até o dia 29 de junho, o estado do Ceará já registrou 59,7% da morte de grávidas ou puérperas por Covid-19.

Segundo o documento, as mortes ocasionadas pelo novo coronavírus superam as principais causas que estão diretamente relacionadas ao ciclo gravídico-puerperal, que são a hipertensão e casos de hemorragias.

Óbitos

No ano passado, dos 32 óbitos maternos por Covid-19, 12,5% ocorreram ainda durante a gestação, e 78,1% durante o período do puerpério, ou seja, os 45 dias após o parto. Até junho deste ano, das 35 mortes maternas por Covid-19, 11,4% ocorreram durante a gestação e 85,7% no puerpério.

Vacinação de gestantes e puérperas

A Sesa informou, na tarde desta sexta-feira (2), que as 1.839 mulheres gestantes ou que deram à luz recentemente (puérperas) que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca, contra a Covid-19 no Ceará, podem receber a segunda dose da vacina da Pfizer.

Ainda de acordo com a Sesa, gestantes e puérperas que receberam a primeira dose da AstraZeneca que não desejarem concluir o esquema vacinal com a vacina da Pfizer, deverão ser apoiadas na decisão e poderão concluir o esquema vacinal com a vacina AstraZeneca após 45 dias de pós parto.

"Considerando o perfil de mortalidade materno infantil atual, a Sesa orienta sobre a intercambialidade de vacinas com a oferta de segunda dose de vacina do laboratório Pfizer para gestantes que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca, no intervalo de 90 dias entre as doses", diz a nota técnica da Sesa.

As aplicações da AstraZeneca neste público ocorreram antes de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a suspensão da administração do imunizante.

https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/07/02/tres-a-cada-10-mortes-de-gestantes-e-puerperas-desde-o-inicio-da-pandemia-foi-provocada-por-covid-19-no-ceara.ghtml