Com 17 confirmações a cada 100 testes, taxa de positividade da Covid-19 aumenta na Capital

O atual índice é semelhante ao constatado na Capital no começo de julho,

Legenda: A taxa de positividade de 17,46% foi anotada entre os dias 1º e 7 de novembro - Foto: José Leomar

Escrito por Redação

Na semana passada, segundo o IntegraSUS, o índice era de 17,46%. No início de outubro, a taxa chegou a ser de três resultados positivos a cada 100 exames

Na semana passada, a cada 100 exames para a Covid-19 feitos nas redes pública e privada em Fortaleza, 17 deram positivo. Esse índice consta na plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), e é monitorado semanalmente. A taxa de positividade de 17,46% registrada nos exames feitos entre os dias 1º e 7 de novembro é a maior nos últimos meses, e indica aumento da circulação viral na cidade. O atual índice é semelhante ao constatado na Capital no começo de julho, quando na semana epidemiológica 27 (28 de junho a 4 de julho) a positividade era de 17,78%.

A cada semana, o número de exames feitos para detectar casos de Covid-19 varia. Por isso, o que se monitora é a proporção de positivos e negativos calculados sobre os números absolutos a cada ciclo de sete dias. Em Fortaleza, do início de julho até o começo de outubro, essa taxa vinha em queda. O menor patamar de positividade foi alcançado justamente na semana epidemiológica 40 (do dia 27 de setembro a 3 de outubro). Naquele momento, a cada 100 exames realizados, apenas três testaram positivo para a doença em Fortaleza. Já a maior taxa de positividade ocorreu no pico da pandemia - entre os dias 26 de abril e 2 de maio, quando a cada 100 exames feitos na Capital, 79 eram positivos.

Conforme dados do IntegraSUS, na semana passada, a Capital registrou 5.327 exames no total. Já essa semana, que é a 46 na contagem epidemiológica, com início no dia 8 e término no sábado (14), de acordo com o IntegraSUS, foram feitos 6.606 exames e a taxa de positividade reduziu para 11,42%. Mas a semana ainda não foi finalizada e mais dados podem ser registrados nesse intervalo. No Ceará, a taxa de positividade na semana passada era de 20, 19%.

Na Capital, já foram registrados 60.890 casos da doença e 3.917 mortes até ontem. Do total de pessoas que testaram positivo 6.475 precisaram de internação. Ao todo já foram realizados 340.101 exames, dos quais 44% foram RT-PCR, os chamados testes moleculares.

O SVM solicitou à Sesa e à Prefeitura entrevistas para obter mais informações sobre esse aumento na taxa de positividade. A Sesa orientou a procurar a Prefeitura. Em vídeo enviado ao SVM, o gerente da célula de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima, faz uma análise sobre a situação da semana epidemiológica 46, cujo boletim foi divulgado também ontem pela gestão municipal.

Circulação

Conforme Antônio, a taxa de positividade em Fortaleza na semana em curso é de 12,2%. Essa estimativa difere dos dados do IntegraSUS, mas conforme informado no vídeo, o índice considerado pela Prefeitura inclui somente os resultados dos testes feitos em laboratórios da rede pública, os quais, diz Antônio, "normalmente atendem mais o SUS".

Sobre a taxa de positividade em Fortaleza, Antônio afirma: "o que a gente pode dizer sobre isso é que existe circulação viral na cidade como um todo ainda. A pandemia não acabou. No entanto, existem também diferenciais de transmissibilidade. Algumas áreas estão sendo mais afetadas do que outras. E não temos impacto em desfechos fatais".

O boletim epidemiológico da Prefeitura, divulgado ontem, reforça que "houve um incremento da transmissão, iniciado em outubro, que persiste". Ao comentar sobre os casos, Antônio menciona que em outubro houve aumento, sobretudo, nos bairros da Regional II. "Tanto de outubro, quanto de novembro (o aumento), ainda é circunscrito e não abrange a cidade toda".

Em relação à positividade dos exames, a virologista e epidemiologista, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, explica que o Ceará e Fortaleza, têm feito uma testagem em massa da população para Covid e, nesse caso, "você percebe que o vírus nunca parou de circular, mas com a flexibilização e com a descontinuidade de cuidado por parte das pessoas, você percebe o aumento de casos".

No boletim da Prefeitura também consta que "a ampliação da testagem molecular direcionada a grupos específicos e a realização de inquéritos soro-epidemiológicos são essenciais nessa fase para o monitoramento de surtos e estimativa de indivíduos que já produziram anticorpos". Questionada sobre o que a gestão pública precisa fazer nesse momento, além de persistir nas medidas de distanciamento e respeito às normas sanitárias, é garantir a manutenção de uma ampla testagem e também assegurar que quem testou positivo se isole, afirma Caroline. Outra ação é procurar os contatos mais próximos que a pessoa contaminada teve nos últimos 14 dias. "O ideal é que essa pessoa também se resguarde", completa.

Caroline acrescenta que os novos casos precisam ser rastreados, mas, pondera ela, devido à grande quantidade, o sistema de Saúde não tem logística para dar conta dessa necessidade. 

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