3 de cada 10 pessoas nas Américas são mais vulneráveis a desenvolver casos graves da Covid-19, alerta Opas

Pesquisas mostram que diabetes, renais, hipertensão, HIV e tuberculose, aumentam o risco da Covid-19 grave

Homem usa máscara ao andar de metrô em Nova York, nos EUA, em 25 de junho. — Foto: Carlo Allegri/Reuters

Organização reforçou que as pessoas de 15 a 64 anos não são imunes, além de muitos nesta faixa etária viverem com uma ou mais condições de saúde pré-existentes. Homens também tem duas vezes mais chances de desenvolver os sintomas mais graves.

Por G1

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, informou nesta terça-feira (21) que, por causa da situação da saúde da população das Américas, a região é mais suscetível aos casos graves da Covid-19.

"Por meio de dados mais detalhados, aprendemos que algumas pessoas são mais propensas a adoecer do que outras. Pesquisas mostram que condições como diabetes, doenças renais e hipertensão, e doenças infecciosas como HIV e tuberculose, aumentam o risco da Covid-19 grave. Infelizmente, muitas dessas condições médicas são comuns nas Américas, o que deixa nossa região mais vulnerável a doenças graves”, disse Etienne.

De acordo com a diretora da Opas, 3 de cada 10 pessoas nas Américas, cerce de 325 milhões de pessoas, são mais vulneráveis a apresentar casos graves da Covid-19 por terem doenças e condições associadas, como diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Somente na América Latina e Caribe, são 186 milhões de pessoas mais vulneráveis à infecção.

A Organização reforçou que as pessoas de 15 a 64 anos não são imunes, além de muitos nesta faixa etária viverem com uma ou mais condições de saúde pré-existentes, e que homens têm 2 vezes mais chances que as mulheres de apresentarem as formas mais graves do coronavírus.

"Adultos em idade ativa - pessoas de 15 a 64 anos - não são imunes, e muitos vivem com uma ou mais condições de saúde pré-existentes. Diabetes e doença renal crônica, em particular, são especialmente prevalentes entre as populações adultas [das Américas]", informou Etienne.

Tais dados sobre a vulnerabilidade da população das Américas frente à Covid-19 foram levantados em parceira com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unidos. A parceria permitirá que a Opas desenvolva um modelo adaptado sobre o enfrentamento do coronavírus na região, considerando as características de saúde da população, segundo Etienne.

Ainda durante a coletiva, o membro da Opas, Sylvain Aldighieri, voltou a falar da cloroquina, informando que a organização não recomenda o uso do medicamento no tratamento da Covid-19.

Pandemia não desacelera nas Américas

Ainda nesta segunda, a Opas informou que a pandemia continua acelerando nas Américas e poucos países conseguiram diminuir a curva de transmissão.

"A pandemia não mostra sinais de desaceleração em nossa região. Na última semana, foram registrados quase 900 mil novos casos e 22 mil mortes, a maioria no Brasil, México e Estados Unidos", disse Etienne.

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Segundo a Opas, a região das Américas contabilizaram 7,7 milhões de casos e 311 mil mortes.

https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/07/21/3-de-cada-10-pessoas-nas-americas-sao-mais-vulneraveis-a-desenvolver-casos-graves-da-covid-19-alerta-opas.ghtml