Prefeito pede R$ 12 milhões a Dilma para melhorias em Petrópolis, no RJ
Presidente participou de uma missa pelas 33 vítimas da chuva.
Tássia ThumDo G1 Rio, em Petrópolis
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, pediu ao governo federal R$ 12 milhões, em caráter de emergencial, uma semana após a forte chuva que deixou 33 pessoas mortas e mais de mil desabrigadas ou desalojadas. No entanto, Bomtempo estimou que sejam necessários R$ 100 milhões para a reconstrução da cidade.
A verba seria usada para o pagamento de máquinas, refazer ruas, postos de saúde, além de custear as famílias afetadas pelo temporal que ainda estão em abrigos. A prefeitura de Petrópolis informou que cerca de 15 mil famílias moram em áreas de risco.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, explicou que a verba solicitada ainda será analisada. Na quarta feira, será definido o valor que será repassado pelo governo federal ao município.
Esse dinheiro de caráter emergencial será pago através do recurso de Assistência a População, da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Reunião
Após a missa de sétimo dia em memória às vítimas da chuva de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a presidente Dilma Rousseff se reuniu nos fundos da Catedral São Pedro de Alcântara com o governador Sergio Cabral, com o ministro da Defesa Civil, Humberto Viana, ministro da integração nacional, Fernando Bezerra, e o Prefeito Rubens Bomtempo. O objetivo do encontro é discutir a situação do município e medidas que podem ser adotadas nas áreas de encostas.
Durante a cerimônia realizada pelo Arcebispo Diocesano Dom Gregório Paixão, dois manifestantes com cartazes furaram o cerco presidencial e exibiram as palavras de protesto para Dilma. Em um dos cartazes estava escrito: "32 anos de omissão enriquecendo com a nossa dor. Mãos a obra para que não estejamos aqui ano que vem chorando por novas vítimas."
Em seu discurso, Dom Gregório Paixão alfinetou as autoridades. "O sangue dos inocentes grita no meio da lama e da chuva para que nossos olhos e ouvidos se abram. O silêncio continua gritando para que os que estão vivos não morram na próxima tragédia."
Chegada para missa
A presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio, Sérgio Cabral, chegaram em Petrópolis, na Região Serrana, às 18h desta segunda-feira (25).
A cerimônia, que estava marcada para as 17h, teve que ser atrasada para que a visibilidade na cidade melhorasse, já que a presidente viajou de helicóptero. O aeronave pousou em Xerém, na Baixada Fluminense. De lá, a comitiva seguiu de carro.
Protesto
Um grupo protestava, por volta das 17h, com cartazes na porta da Catedral Metropolitana, no Centro da cidade, pedindo soluções para que tragédias provocadas pela chuva não voltem a acontecer na cidade. Dilma deve ser reunir com autoridades para definir quais medidas serão tomadas. Na semana passada, de Roma, onde se encontrou com o Papa Francisco, ela cobrou medidas mais drásticas.
"Eu perdi um amigo na chuva, o Fernando, que trabalhava na Defesa Civil. Quando chove todo mundo entra em pânico", falou Tânia Cox, uma das manifestantes.
Ainda nesta segunda, às 23h, do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio, Dilma embarca para a África, onde participará da 5ª Cúpula do Brics, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Estado de emergência
O Secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, publicou no Diário Oficial a Portaria de nº 40, decretando o estado de emergência em Petrópolis, Região Serrana, após a chuva de domingo (17) e madrugada de segunda-feira (18), que deixou 33 mortos.
Com a melhora no tempo, técnicos da Defesa Civil puderam sobrevoar áreas atingidas pela tempestade e ter um panorama geral dos estragos. Segundo um levantamento feito pela prefeitura do município, mais de mil pessoas permanecem desalojadas, e pelos menos 15 mil famílias ainda se encontram em áreas consideradas de risco.
A presidente Dilma e Sérgio Cabral participam da missa (Foto: Tassia Thum / G1)
Manifestantes cobram soluções para evitar mais mortes (Foto: Felipe Carvalho /G1)
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