Camilo descarta ida a evento com Bolsonaro diante de quadro crítico da pandemia no Estado

Detalhe: há 83 municípios com índices de contaminação mais elevados do que Fortaleza, Tianguá é dos municípios na lista.

Escrito por Inácio Aguiar

Governador tomou conhecimento do ato pela imprensa. Tianguá, por onde o presidente vai passar, está em estado de alerta altíssimo para contaminação 

O governador Camilo Santana (PT), até o início da noite desta quinta (25), não havia sido comunicado oficialmente sobre a agenda que o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) vai manter no estado nesta sexta (26). Camilo tomou conhecimento da vinda do presidente por meio da imprensa, como fez questão de enfatizar na postagem publicada nas redes sociais. Para ele, a vinda do presidente é “um grave equívoco” por conta do momento de crescimento de casos da pandemia no Estado.

Recentemente, analisamos nesta coluna que Camilo Santana não iria ao encontro de Bolsonaro, a exemplo do que aconteceu em junho do ano passado quando o chefe do Executivo federal veio ao Ceará para a chegada das águas da transposição ao Cariri. 

O evento presidencial, evidentemente, deixa Camilo Santana em uma saia justa porque o Estado está prestes a renovar um decreto com muitas restrições por conta do crescimento de internações pela Covid-19 e o Ceará está com a rede hospitalar (pública e privada) praticamente em colapso.

Detalhe: há 83 municípios com índices de contaminação mais elevados do que Fortaleza. Tianguá, inclusive, primeiro destino do presidente, está em nível de alerta “altíssimo” por conta da pandemia. 

A delicada situação do Estado levou, inclusive, o Ministério Público Federal a recomendar ao Dnit e às prefeituras das cidades por onde passará a comitiva presidencial medidas para evitar aglomerações, o que, convenhamos, é muito difícil de acontecer. A nota, assinada por cinco procuradores, lembra que há medidas restritivas em vigor no estado que proíbe eventos seja de qual for a iniciativa. 

Obras 

O pacote de obras a ser lançado pelo presidente e o ministro da infraestrutura, não resta dúvida, têm a sua importância para o Estado, algumas são intervenções que estavam paradas há muito tempo. Entretanto, diferente até mesmo da chegada das águas do Rio São Francisco, no ano passado, por tratar-se de uma data histórica, o evento seria absolutamente dispensável para o momento. Bolsonaro, entretanto, tem mantido sua agenda rodando o País como se nada estivesse acontecendo.   

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