Após cúpula do Brics, Bolsonaro se reúne com Putin e Ramaphosa no Planalto
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega ao Palácio do Planalto, em Brasília
Após cúpula do Brics, Bolsonaro se reúne com Putin e Ramaphosa no Planalto Presidentes da Rússia e da África do Sul participaram do encontro de chefes do bloco, realizado em Brasília. Reuniões discutiram possíveis parcerias entre os países. Por Guilherme Mazui e Gustavo Garcia, G1 — Brasília Presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega ao Palácio do Planalto, em Brasília [caption id="attachment_157524" align="alignleft" width="300"] Jair Bolsonaro com Vladimir Putin, antes da reunião bilateral entre os dois presidente no Palácio do Planalto — Foto: Marcos Corrêa / PR[/caption] Após o encerramento da 11ª reunião de cúpula dos chefes do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – nesta quinta-feira (14), em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O presidente da Rússia ficou pouco menos de uma hora no palácio. De acordo com o Planalto, Bolsonaro e Putin discutiram a remoção de entraves ao comércio de produtos do setor agropecuário e a diversificação da pauta comercial. "O lado russo demonstrou interesse em novos aportes no setor de energia. Saudou, ainda, a realização de um evento do Programa de Parcerias de Investimentos [PPI] em Moscou, no final deste mês, para apresentar oportunidades em infraestrutura", afirmou o governo brasileiro em nota. Ainda de acordo com o Planalto, os dois presidentes mostraram disposição de estudar iniciativas de promoção de investimentos recíprocos, assim como de aprofundar o intercâmbio entre Brasil e Rússia em áreas como geolocalização, tecnologia espacial e biotecnologia. África do Sul Depois do encontro com o líder russo, Bolsonaro se reuniu, também no Planalto, com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. O governo brasileiro informou, em nota, que os chefes de Estado discutiram sobre parcerias relacionadas a biocombustíveis, ao agronegócio e a esportes. "No setor de defesa, os dois países têm demonstrado sua capacidade de desenvolver projetos conjuntos de alta tecnologia. Concordaram quanto às perspectivas promissoras da continuidade dessa cooperação. O estreitamento dos laços no campo jurídico, com a negociação de novos acordos, foi tratado na reunião", diz a nota. Putin e Ramaphosa vieram ao Brasil para participar da reunião dos líderes do Brics, que também contou com as presenças do presidente da China, Xi Jinping, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Os dois tiveram bilaterais com Bolsonaro na quarta-feira (13). A cúpula do Brics foi realizada em Brasília porque o Brasil está na presidência rotativa do grupo econômico. A Rússia, com Putin, comandará o bloco em 2020. Críticas ao protecionismo A programação da cúpula do Brics começou na quarta-feira, em Brasília, com um fórum empresarial. Nesta quinta foram realizadas as sessões fechada e plenária e um diálogo sobre o banco do Brics, no Palácio Itamaraty. Os chefes defenderam ampliar as relações comerciais entre os integrantes do grupo. Xi Jinping e Putin fizeram críticas mais enfáticas ao protecionismo na economia. A China, por exemplo, trava uma guerra comercial com os Estados Unidos. Apoiador de Donald Trump, Bolsonaro evitou críticas diretas as barreiras comerciais e disse que, apesar de mirar o mundo, sua política externa coloca em primeiro lugar o Brasil. Em relação ao Brics, Bolsonaro cobrou um aumento nos financiamentos a projetos brasileiros por parte do banco do Brics. Durante os compromissos da cúpula, Putin afirmou que a economia global deve cair em 2019 ao menor nível de crescimento nos últimos dez anos, o que exige esforço dos países para reverter o quadro. "Temos visto crescimento de atitudes protecionistas, de problemas alfandegários, e os países do Brics têm que se esforçar para não se deixar abater por essas coisas ", disse. Já nesta quinta, o presidente da Rússia abordou a necessidade de um esforço do Brics para assumir um “papel de liderança” na ONU, o que inclui o combate ao terrorismo e ao que chamou de “propagação da ideologia terrorista”. “Deveríamos trabalhar de modo mais vigoroso, mais empenhado e comprometido para promover uma agenda internacional positiva. Deveríamos reunir países de mentalidade afim, em prol da resolução de questões globais e regionais cruciais”, declarou. Declaração de Brasília Ao final da cúpula, os cinco países do Brics divulgaram uma declaração com 73 tópicos sobre o futuro do grupo econômico e da política internacional. Principais pontos do documento: compromisso com as metas de redução das emissões de carbono fixadas a partir do Acordo de Paris; reforma "abrangente” das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança; preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista no espaço exterior; na economia, defesa de "mercados abertos, de um ambiente de negócios e comércio justo, imparcial e não-discriminatório, de reformas estruturais, de concorrência efetiva e justa"; empenho para a adoção de medidas para combater a corrupção no setor público; ausência de menções no documento a conflitos regionais na vizinhança dos membros do Brics. Nos 73 tópicos, não aparece, por exemplo, qualquer menção às crises políticas na Venezuela, no Chile e na Bolívia.
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