Prefeito de Uruburetama suspeito de abuso é afastado pela Câmara Municipal
Vereadores afastam prefeito de Uruburetama
Vereadores afastam prefeito de Uruburetama, denunciado por abusar de mulheres e gravar os crimes Médico e prefeito de Uruburetama, José Hilson de Paiva aparece em imagens abusando de mulheres em consultório. Afastamento cautelar é válido por 90 dias. Por G1 CE [caption id="attachment_155070" align="alignleft" width="300"] Câmara de Uruburetama vota pelo afastamento do prefeito suspeito de abusar de dezenas de mulheres — Foto: JL Rosa/G1[/caption] Os vereadores de Uruburetama, no Ceará, votaram nesta segunda-feira (15) pelo afastamento de 90 dias do médico e prefeito do município, José Hilton de Paiva, denunciado por várias de mulheres de abusar delas durante atendimento ginecológico em hospitais públicos da cidade. A população se concentrou em frente à Câmara Municipal para pedir o afastamento do prefeito. O local recebeu reforço policial. Parte da população comemorou a decisão da Câmara e soltou fogos de artifício. Nove dos 11 vereadores da cidade estiveram presentes na sessão extraordinária, ocorrida durante o recesso parlamentar. Todos os vereadores presentes votaram pelo afastamento do prefeito. Especialistas que assistiram aos vídeos afirmam que em nenhum momento Hilson Paiva realizou um atendimento ginecológico. "Trata-se de um monstro", e as imagens "demonstram claramente um estupro da paciente", avaliam profissionais da Associação Médica Brasileira. "Ele pegava nos seios e pediu pra fazer sexo oral com ele", lembra a paciente. "Fazer uma aplicação oral porque é muita secreção mesmo. Muita, muita, muita", argumentava o médico. "Perguntei a ele por quê. Ele pegou e disse que não, que era o procedimento. Que era o que o médico fazia. Que ele tinha que ver a minha sensibilidade. Eu disse pra ele que não, que eu não queria", afirmou uma paciente, sem se identificar. O prefeito afirma que nunca fez "nada forçado" e que as acusações são "jogada da oposição". "Querem me derrubar", argumenta Hilson de Paiva. As denúncias de abuso contra o prefeito ocorrem desde 1986. Nas denúncias mais recentes, em 2018, o médico foi absolvido e denunciou as mulheres por calúnia e difamação. Três delas pediram desculpas para evitar serem processadas; uma quarta negou. "Para o processo [de calúnia e difamação contra as pacientes] ser arquivado, as vítimas teriam que pedir desculpa pra ele. Quando chegou na minha hora, eu disse: 'Eu não vou pedir desculpa, você quem deve me pedir desculpa'", relata a mulher, sem se identificar. O prefeito nega ter realizado qualquer prática de abuso. Para ele, as denúncias são uma estratégia de políticos de oposição para afastá-lo. "Eu nunca fiz nada forçado. Nada à força, não tive nada forçado. Isso é uma jogada da oposição. Querem me derrubar." [caption id="attachment_155071" align="alignleft" width="300"] Hosé Hilson de Paiva é expulso do partido após denúncias de que ele abusou de dezenas de mulheres durante atendimento ginecológico — Foto: Reprodução[/caption] O prefeito alega ter tido relações sexuais consentidas com algumas mulheres, mas nega que tenham ocorrido em consultórios médicos. Quando abordado pela reportagem em Uruburetama e questionado por que filmava as pacientes, Hilson diz apenas que o repórter "perguntou demais" e deixa o local da entrevista. Por meio de nota, o advogado do prefeito afirma que o cliente teve conhecimento dos vídeos apenas por "ouvir dizer", que "aguarda as mídias para uma manifestação mais concreta sobre o caso" e que irá ao Ministério Público para saber sobre a veracidade do material. O Ministério Público está ouvindo vítimas do médico e afirmou que "medidas judiciais estão sendo tomadas visando elucidar todas as condutas delitivas e punir rigorosamente o responsável".
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