Texto tenta implicar ex-presidente no escândalo 'petrolão', com base em supostas afirmações de delator RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA/FOTOS PÚBLICAS São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou hoje (29) na Justiça do Distrito Federal com ação por reparação de danos morais, contra os autores da reportagem de capa da revista Veja, além do diretor de redação da publicação semanal. O texto tenta implicar o ex-presidente no escândalo do chamado petrolão, com base em supostas afirmações de um delator. "Promover um atentado à honra e à imagem alheia sob a desculpa de que a versão estaria no pensamento de um sentenciado ou que poderia surgir em uma delação premiada inexistente é algo que não se pode admitir, sob pena de legitimar-se o jornalismo rasteiro e realizado sem a observância dos mais básicos princípios que se deve exigir no livre exercício da profissão", afirmam os advogados na ação. As matérias que sustentam a capa são assinadas por Robson Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira, todos incluídos na ação, além do diretor Eurípedes Alcântara. "O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta ausência de elementos que possam lhe dar suporte", dizem os advogados de Lula na ação, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins. Segundo eles, os corréus, "cada qual ao seu modo, extrapolaram – e passaram longe – do dever de informar e promoveram, como já dito, descabidos e rasteiros juízos de valor", a respeito de Lula. Também fizeram "afirmações mentirosas sobre a trajetória política, a conduta e a identidade" do ex-presidente, imputando a ele "suspeita ou até mesmo a prática de conduta criminosa", inclusive no exercício da Presidência da República, "sem um fiapo de prova". A defesa afirma ainda que os citados na ação agiram com dolo (intenção) "ou no mínimo elevada culpa" ao publicar texto com graves acusações, com o objetivo de vincular Lula à prática de delitos e também a uma pessoa já condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Os corréus são jornalistas e sabem ou deveriam saber que não seguiram as regras do bom jornalismo", acrescentam os advogados. "A reportagem repete práticas comuns a Veja: mente, faz acusações infundadas e sem provas, apresenta ilações como se fossem fatos, atribui falas e atos, não tem fontes e busca atacar, de todas as formas, a honra e a imagem do ex-presidente Lula", afirma, também em nota, o Instituto Lula.