STJ autoriza inquérito para investigar governador Fernando Pimentel
Operação da PF apura desvio de recursos para campanhas eleitorais.
Do G1, com informações do Jornal Nacional Em nota, governo afirmou que 'deduções fantasiosas' motivaram operação. O Superior Tribunal de Justiça (STF) autorizou abertura de inquérito, solicitada no último dia 18 pela Polícia Federal, para apurar o suposto envolvimento do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e da mulher dele, Caroline Oliveira, nos fatos investigados pela Operação Acrônimo, da PF. Em nota, o governo de Minas Gerais afirmou que a operação da PF foi feita com base em "deduções fantasiosas" e que o governador e a esposa estão à disposição para qualquer esclarecimento. Como consequência da abertura do inquérito, autorizada nesta quarta-feira (24) pelo STJ, a PF deflagrou nesta quinta (25) a segunda etapa da Operação Acrônimo, que, desde a descoberta de mais de R$ 110 mil em um avião no aeroporto de Brasília, em outubro do ano passado, apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais. A aeronave transportava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais. No dia 29 de maio, na primeira fase da Operação Acrônimo, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento de Brasília da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira Pimentel. Conforme o Blog do Matheus Leitão, a polícia chegou a fazer pedido de busca e apreensão na residência oficial do governador, mas o ministro Herman Benjamin, do STJ, negou. Na mesma decisão, o ministro autorizou 19 mandados de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal. Dez mandados foram expedidos para a capital federal, seis para Belo Horizonte, e os outros três para Uberlândia (MG), Rio de Janeiro e São Paulo. Os policiais federais saíram com sacolas de documentos e computadores da sede da Pepper, agência de comunicação que fica em Brasília e que prestava serviços ao PT. Em nota, a Pepper informou que a PF buscava informações sobre a relação da empresa com a empresa Oli Comunicação e Imagem Ltda, que prestou serviços para a agência entre 2012 e 2014. A Pepper disse que deu acesso aos documentos requeridos e "continuará à disposição das autoridades para prestar todas as informações necessárias". A Polícia Federal suspeita que a mulher do governador de Minas Genais seja sócia da Pepper. Em Belo Horizonte a polícia fez buscas no escritório usado como comitê de campanha de Pimentel, no ano passado. De acordo com as investigações, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha contratos com empresas, como a Pepper. Essas empresas repassavam dinheiro para a Oli Comunicação e Imagem que, segundo as investigações, pertence à mulher de Pimentel. Teriam sido repassados pelo menos R$ 3,6 milhões para a empresa da mulher do governador. Entre as companhias que repassaram o dinheiro estariam a Marfrig (R$ 595 MIL) e o Grupo Casino (R$ 362,8 MIL). As investigações mostraram que a empresa de Carolina tinha apenas um funcionário e que Marfrig e Casino tinham interesses junto ao BNDES. Segundo a PF, é razoável inferir-se que pode ter havido simulação da contratação da Oli Comunicação pelo Grupo Casino e pelo Marfrig Global Foods, a fim de repassar valores que, em última análise, poderiam ter como destinatário Pimentel. O BNDES confirma que contratou a Pepper para a produção e manutenção de um site, em 2013 e diz que a escolha da empresa foi feita após cotação de preços. O BNDES afirmou ainda que a empresa fez o serviço. O Grupo Casino e a Marfrig afirmaram que não fizeram pagamentos para a Oli Comunicação.
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