Moro autoriza ida de dono da UTC à PGR para tratar de delação premiada

Em prisão domiciliar em São Paulo, ele fez delação e deve ir a Brasília.

Ricardo Pessoa é apontado como chefe de cartel que atuava na Petrobras. Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou nesta sexta-feira (22) que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, compareça à sede da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, entre os dias 25 e 29 de maio para tratar de acordo de delação premiada. Como está em prisão domiciliar desde o início do mês Pessoa, precisa de aval para se deslocar de São Paulo para Brasília. Ele é apontado pelo Ministério Público como chefe de um cartel de empresas que pagava propina para fraudar licitações e obter contratos superfaturados na Petrobras. O empresário assinou o acordo de delação premiada no último dia 13, pelo qual se compromete a falar o que sabe sobre as denúncias referentes à Operação Lava Jato em troca de uma eventual redução de pena em caso de condenação. Em pedido de autorização para a viagem de Pessoa, encaminhado a Sérgio Moro na última quarta-feira (20), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o comparecimento de Pessoa à PGR para a "prática de atos instrumentais aos inquéritos em curso no STF [Supremo Tribunal Federal] e a outros feitos integrantes da assim cognominada Operação Lava Jato ". O acordo de delação premiada de Pessoa foi assinado em Brasília porque o empresário citou nomes de políticos com foro privilegiado envolvidos em irregularidades investigadas pela Lava Jato. O empresário se comprometeu a confessar os crimes que cometeu, a trazer fatos novos e a apontar outros culpados, em troca de uma pena menor. Ele também se comprometeu a devolver valores desviados da Petrobras. O acordo ainda terá de ser homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração do empresário com as investigações vinha sendo negociada há meses. Acusação De acordo com a denúncia do MPF, a UTC fazia parte do "clube" de empreiteiras que sistematicamente, e em acordo prévio, frustravam licitações de grandes obras da Petrobras. Segundo o MPF, as empresas ajustavam previamente qual delas iria sagrar-se vencedora das licitações, manipulando os preços apresentados no certame. No processo, o MPF cita como investigada a contratação da UTC, em consórcio, para obra no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo a investigação, não houve licitação para contratação. Veja a lista de quem já firmou acordo de delação premiada na Lava Jato:

  1. Lucas Pacce Jr. - operador de câmbio 2. Paulo Roberto Costa - ex-diretor de Abastecimento da Petrobras 3. Marici da Silva Azevedo Costa - mulher de Paulo Roberto Costa 4. Shanni Azevedo Costa Bachmann - filha de Paulo Roberto Costa 5. Ariana Azevedo Bachmann - filha de Paulo Roberto Costa 6. Márcio Lewkowicz - genro de Paulo Roberto Costa 7. Humberto Sampaio de Mesquita - genro de Paulo Roberto Costa 8. Alberto Youssef - doleiro 9. Júlio Camargo - executivo da Toyo Setal 10. Augusto Ribeiro de Mendonça Neto - ex-dirigente da Toyo Setal 11. Pedro Barusco Filho - ex-gerente de Serviços da Petrobras 12. Rafael Ângulo Lopez - funcionário da GDF Investimentos, empresa de Youssef 13 Shinko Nakandakari - engenheiro ligado às empresas Galvão Engenharia , EIT Engenharia e Contreiras, segundo o Ministério Público 14. Eduardo Hermelino Leite - vice-presidente da Camargo Corrêa 15. Dalton dos Santos Avancini - presidente da Camargo Corrêa 16. Ricardo Pessoa - dono da UTC