GÁS NATURAL: Brasil será dependente da Bolívia até 2020

Rio. Pelo menos até 2020 a Petrobras não conseguirá atingir a autossuficiência na produção de gás natural, revelou ontem o diretor de Gás e Energia da petroleira, José Alcides Santoro. O executivo previu que, mesmo com o aumento da produção nacional de gás previsto os próximos oito anos, o Brasil continuará dependente da importação de gás da Bolívia.

Hoje, o Brasil importa 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia do país vizinho. "Se tirar os 30 milhões (de metros cúbicos do gás boliviano), não conseguimos atender o mercado. Mesmo em 2016 (e também em 2020, conforme as previsões apresentadas por Santoro ao falar sobre a participação da área que dirige no Plano de Negócios 2012-2916 da Petrobras).

A diferença entre a oferta e a demanda não é 30 milhões, é 13, 14 milhões. Ou seja, se eu tirar a Bolívia, vão faltar 16, 17 milhões", disse o diretor de Gás e Energia. Santoro declarou que a previsão de um maior processamento de gás acompanhará a demanda com folga suficiente para novos empreendimentos, mas sem dispensar a importação do produto na Bolívia.

Maior oferta

A previsão da Petrobras é de que em 2016 haverá uma oferta de 139 milhões de metros cúbicos por dia, para uma demanda de 124 milhões. Em 2020, a oferta passará, de acordo com a estimativa da empresa, a 168 milhões de m3/dia, para um consumo de 155 milhões.

A se concretizarem as estimativas, a Petrobras poderá até ter diminuído as importações do gás boliviano em 2020, mas não poderá dispensá-las, pois a diferença da folga entre a produção e o consumo à época não será capaz de proporcionar ao Brasil a condição de abastecimento interno autossuficiente.

No novo Plano de Negócios, a oferta foi revisada para baixo, já que o gás produzido no País é associado ao petróleo.