Operação do MPCE prende 5 suspeitos de fraude em licitações de R$ 180 milhões em 21 municípios
A Polícia cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Aracoiaba, Caucaia e Maracanaú, além de Piracuruca, no Piauí.
Um grupo tinha o controle das empresas que "concorriam" entre si. Os valores oriundos dos contratos eram repartidos entre os membros da manobra criminosa
Autor Carlos Holanda
SEGUNDO O MPCE, os valores dos contratos eram repartidos entre os suspeitos Crédito: Divulgação
O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou na manhã desta terça-feira, 12, a operação Fagos, que prendeu cinco suspeitos de integrar facção criminosa que teria fraudado licitações para contratação de cooperativas de mão de obra em 21 municípios cearenses (veja abaixo quais).
Segundo o órgão, o montante dos recursos negociados pelas cooperativas nos municípios investigados supera R$ 180 milhões. A Polícia Civil cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Aracoiaba, Caucaia e Maracanaú, além de Piracuruca, no Piauí.
Os alvos, conforme o MPCE, são agentes públicos, empresários e supostos operadores do esquema. Eles são investigados por crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e demais crimes contra a administração pública. Foram apreendidos celulares, computadores e outros documentos. Além disso, foi autorizada a quebra de sigilo bancário e telemático dos investigados e a indisponibilidade de bens de alguns envolvidos.
A investigação se originou de um e-mail anônimo que denunciava a existência de esquema criminoso envolvendo cooperativas de mão de obra cujos titulares eram, na prática, "laranjas". Um grupo teria mantido controle de cinco cooperativas que atuavam na área da saúde. Elas concorriam entre si em licitações.
Por ter o controle das cinco cooperativas, o grupo supostamente elevava os preços, o que teria garantido contratos robustos para a "vencedora". Segundo o MPCE, o dinheiro era dividido para agentes públicos, empresários e operadores.
O órgão aponta que a cooperativa servia exclusivamente como intermediadora da contratação dos funcionários. Estes seriam indicados pelo próprio município que contratava. As prefeituras escolhiam o valor do salário. O esquema teria sido praticado há pelo menos três anos em 21 municípios.
São eles:
Acopiara
Aracoiaba
Itapipoca
Boa Viagem
Brejo Santo
Crateús
Forquilha
Guaraciaba do Norte
Ipueiras
Irauçuba
Itapiúna
Jucás
Monsenhor Tabosa
Novo Oriente
Quixeramobim
Salitre
Senador Pompeu
Tabuleiro do Norte
Tejuçuoca
Tururu
Umirim
https://www.opovo.com.br/noticias/politica/2023/12/12/mpce-desmonta-esquema-de-fraude-em-licitacoes-de-rs-180-milhoes-em-21-municipios.html
Comentários