Fernando Barbosa

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Ministro do TSE destaca-se por assumir publicamente posições favoráveis a Jair Bolsonaro e terá de relatar, logo que assumir o cargo, sete processos contra o ex-presidente

O ministro cearense Raul Araújo será empossado, nesta terça-feira (21), como corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em substituição a Benedito Gonçalves. Ele exercerá o cargo nos próximos dois anos, já tendo de analisar sete processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dois referentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Raul Araújo será relator de processos movidos por partidos e políticos contra o Bolsonaro. Um deles é de autoria da Coligação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), que elegeu Lula no ano passado. De acordo com a ação, Jair Bolsonaro teria cometido uso indevido dos meios de Comunicação ao atacar as urnas eletrônicas. Em outras duas ações, a chapa do atual presidente também acusa o ex-chefe do Executivo federal de ter divulgado falsas mentirosas e usado da máquina pública em benefício próprio.

Medidas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ampliou o valor do Auxílio Brasil e o vale-gás para caminhoneiros, a três meses da eleição, teriam o intuito de influenciar no pleito. Araújo também terá de relatar o discurso de Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU). À época, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) acionou o TSE alegando que o então presidente cometeu abuso de poder político e econômico durante fala. A parlamentar disse que Bolsonaro fez campanha quando falou de sua gestão.

Existe, no entanto a expectativa de que os processos não sejam pautados, tendo em vista que Raul Araújo assumiu publicamente posições contrárias às condenações que Bolsonaro recebeu no TSE. Nos processos que tornaram o ex-presidente inelegível, como o referente ao 7 de setembro e pela reunião com os embaixadores, o ministro se manifestou por sanções menores que as decididas pela maioria.