Presidente da Cruz Vermelha Brasileira é afastado por decisão da Justiça
Júlio Cals Alencar é suspeito de desvio de conduta, irregularidades e práticas ilícitas durante sua gestão
Autor Carlos Viana
Julio Cals de Alencar foi afastado da presidência da Cruz Vermelha Brasileira Crédito: André Benicio / Divulgação CVB
O presidente da Cruz Vermelha Brasileira (CVB), o cearense Júlio Cals de Alencar, foi afastado da presidência da instituição na última terça-feira, 5, após liminar proferida pelo juiz Alfeu Machado. A informação é da revista Isto É. Júlio é suspeito de desvio de conduta, irregularidades e práticas ilícitas na gestão da organização.
As filiais da Cruz Vermelha Brasileira de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte ingressaram ação na Justiça para restabelecer a decisão 028/2023, da Comissão de Ética da CVB, que havia determinado o afastamento temporário de Alencar.
Alencar perdeu apoio na Cruz Vermelha Brasileira após supostamente demitir todos os integrantes da Comissão de Ética da entidade. Segundo relatos, ele teria ficado irritado após ser indagado por que acumulava vários cargos na CVB.
A decisão do juiz foi baseada em atos normativos do estatuto da CVB, que “autoriza à Comissão de Ética a tomada de medidas de urgência em processos de índole administrativa, desde que o objeto ensejador da correspondente instauração possa gerar algum tipo de risco para a imagem da CVB ou do Movimento Internacional de Cruz Vermelha”.
O afastamento de Alencar tem o prazo de 60 dias, e o processo deverá seguir os procedimentos previstos nas normas que o regulamentam, com garantia do contraditório e da ampla defesa.
Dentre as apurações contra Júlio, está a prática de nepotismo. A namorada de Júlio teria tornou-se gerente do escritório da CVB de Brasília. Ela foi exonerada do cargo após pressão interna e, posteriormente, voltou em outro cargo.
O irmão da namorada de Júlio cuida das redes sociais da entidade, conforme informações da Isto É. Já o próprio irmão do presidente é responsável pela área de TI da Cruz Vermelha Brasileira, com atribuições como cuidar dos e-mails corporativos e site da instituição.
Em nota assinada pelo secretário geral da CVB, Lourenço Braga, a organização contesta a informação da demissão dos membros do Conselho de Ética e afirma que Cals, assim como os outros presidentes da Cruz Vermelha, não recebe remuneração pelo cargo.
A Cruz Vermelha Brasileira informou ainda que o Jurídico está analisando a liminar para se pronunciar sobre o caso.
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