Advogados entram com pedido de liberdade a presidente da Odebrecht
Marcelo Odebrecht foi preso durante a 14º fase da Operação Lava Jato.
Odebrecht foi preso pela Lava Jato (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo) Do G1 RS Mais cedo, o tribunal negou a liberdade a dois executivos da Odebrecht. A defesa do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ingressou nesta quarta-feira (24) com um pedido de liberdade ao executivo, preso preventivamente na última sexta-feira (19), durante a 14º fase da Operação Lava Jato. O recurso foi impetrado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre. Nesta quinta (25), o TRF-4 negou a liberdade a dois diretores da empresa, César Ramos Rocha, e Rogério Santos de Araújo. Na quinta-feira (18), o Tribunal já havia negado pedidos de habeas corpus a dois executivos da construtora Andrade Gutierrez, presos na mesma operação: o presidente Otavio Marques de Azevedo e o diretor da empreiteira Elton Negrão de Azevedo Júnior. A defesa de César Rocha alegou que não há provas concretas contra o executivo e negou qualquer relação entre ele o doleiro Alberto Youssef, delator nos processos da Lava Jato. Além disso, o advogado argumentou que o estado de saúde do executivo recomenda que ele seja colocado em liberdade. Na decisão, o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato na segunda instância da Justiça Federal, afirmou que existem indícios suficientes contra o executivo quanto ao pagamento de propina relacionados a contratos firmados pela Odebrecht e que há justificativa para a manutenção da prisão, negando o pedido. 14ª fase da Lava Jato As empreiteiras alvo desta fase da Lava Jato foram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior. O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas. No total, 12 pessoas ligadas a duas construtoras foram presas. Onze foram levados de avião para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. O 12º preso, Paulo Roberto Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez, se entregou na Superintendência da PF, acompanhado do advogado. Confira a lista dos presos desta fase, segundo as investigações: - Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, prisão preventiva - João Antônio Bernardi, ex-funcionário da Odebrecht, prisão preventiva - Márcio Faria da Silva, diretor da Odebrecht, prisão preventiva - Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht, prisão preventiva - César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht, prisão preventiva - Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, prisão preventiva - Elton Negrão, diretor da Andrade Gutierrez, prisão preventiva - Paulo Roberto Dalmazzo, ex-diretor da Odebrecht, prisão preventiva - Christina Maria da Silva Jorge, sócia da Hayley, prisão temporária - Alexandrino de Salles, ex-diretor da Odebrecht, prisão temporária - Antônio Pedro Campelo de Souza, ex-diretor da Andrade Gutierrez, prisão temporária - Flávio Lucio Magalhães, operador, prisão temporária O outro lado Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos. "Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota. Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento. "A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.
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