Defesa do dono da UTC diz que ministro do STF aprovou delação
Ricardo Pessoa é apontado como líder do cartel que operava na Petrobras.
Executivo aceitou acordo de delação premiada no fim de maio. Renan RamalhoDo G1, em Brasília O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou o acordo de delação premiada firmado entre o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, e a Procuradoria Geral da República (PGR), informaram ao G1 advogados do executivo. A colaboração vinha sendo ajustada há cerca de um mês e foi aprovada na noite desta quarta-feira (24) pelo relator dos inquéritos relacionados à Operação Lava Jato no STF. Os acordos de delação preveem que o acusado dê informações sobre delitos cometidos e aponte meios de obtenção de prova, em troca de redução de pena numa futura condenação. O de Ricardo Pessoa foi submetido ao STF por citar nomes de autoridades com foro privilegiado, isto é, que só podem ser julgados pela Corte máxima, como ministros e parlamentares. Assim como nas demais delações já aprovadas no STF – a do ex-diretor Paulo Roberto Costa e a do doleiro Alberto Youssef – o conteúdo dos depoimentos de Ricardo Pessoa deverá agora ser dividido em fatos que apontam crimes e seus respectivos suspeitos. É possível que sejam abertos novos inquéritos sobre mais políticos em caso de novas revelações. O conteúdo, porém, é mantido em sigilo e só poderá ser aberto quando a PGR pedir abertura formal de investigações, ao considerar que há indícios consistentes de crimes e autoria, e o ministro Teori Zavascki autorizar o início do inquérito, com diligências feitas pela Polícia Federal em conjunto com procuradores do Ministério Público. Ricardo Pessoa é acusado de ser o líder do cartel de construtoras que combinava entre si preços de licitações da Petrobras. Ele decidiu colaborar com a Justiça em maio, após longa negociação. Desde maio, Zavascki pediu ajustes na redação do acordo, para não permitir dupla interpretação em termos da delação, que ainda é sigilosa. Além de se comprometer a contar detalhes do esquema de corrupção na Petrobras, Pessoa prometeu devolver parte dos recursos desviados da estatal do petróleo.
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