CAMINHONEIROS Liminar em MG enfraquece movimento

Categoria alega que está sendo coagida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado

Negociação. Na BR–381, em Igarapé, anteontem, PRF negociou com um grupo de caminhoneiros LUDMILA PIZARRO A manifestação dos caminhoneiros que bloqueou rodovias em sete Estados do país nos últimos dois dias não emplacou em Minas Gerais. Segundo um caminhoneiro que foi um dos líderes da greve da categoria que fechou diversas rodovias no Estado em fevereiro deste ano, a Polícia Rodoviária Federal, coagiu os representantes dos caminhoneiros. “Eles trouxeram a mesma liminar de dois meses atrás e coagiram as pessoas falando que iriam prender os envolvidos”, afirma o caminhoneiro de Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, que não quis se identificar. O presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Natan Emídio Neto, confirmou a informação. “A polícia está com a documentação (liminar) e assim não tem jeito de se manifestar”, declara. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), porém, nega que houve coação e diz que o uso da liminar é legal. “A liminar não foi revogada, portanto ainda está valendo. Nós mostramos para os caminhoneiros quais eram as sanções e eles optaram por sair. Não houve conflito”, afirmou o inspetor Aristides Júnior da PRF. A liminar foi emitida pelo Tribunal de Justiça em fevereiro quando o movimento dos caminhoneiros bloqueou a passagem de caminhoneiros em várias rodovias mineiras com o objetivo de reivindicar melhores condições de trabalho e aumento no valor do frete. As sanções previstas na liminar vão de pagamento de multas diárias a prisão. Risco. José Natan acredita que as manifestações podem emplacar no mês de junho, “quando a safra já tiver acabado”, diz. Para ele a situação da categoria piorou depois das manifestações de fevereiro. “O preço do diesel não baixou. Cada dia tem mais pedágio nas rodovias, e o caminhoneiro está mais endividado”, conta.