Novas provas sugerem que Góes recebeu propina de R$ 40 milhões


Empresário Mário Góes é um dos presos da Operação Lava Jato. 

Ele é acusado de ser um dos operadores de esquema de corrupção. Adriana Justi e Camila BonfimDo G1 PR, com informações do Jornal Nacional O empresário Mário Góes, preso da Operação Lava Jato, e apontado pelo Ministério Público Federal como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, recebeu R$ 40 milhões de empresas sob suspeita. A informação foi revelada pela jornal Folha de São Paulo, neste sábado (28). A reportagem informou ainda que documentos encontrados pela Polícia Federal (PF) na casa e no escritório do empresário oferecem novos indícios de que empreiteiras investigadas pela Lava Jato pagaram propina para fazer negócios com a estatal. Mário Góes é suspeito de ser um dos operadores do esquema envolvendo a empresa Arxo. Ele está preso Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba desde o dia 8 de fevereiro. O Jornal Nacional teve acesso à decisão do juiz que pede a apresentação de documentos que possam confirmar a efetiva prestação dos serviços. Os contratos, segundo o MPF, comprovam que o acusado seria um intermediador de propinas entre empreiteiras contratadas para obras na Petrobras e dirigentes e empregados da Petrobras. Ainda conforme o MPF, durante os cumprimentos de busca e apreensão nos endereços de Góes foram apreendidos diversos contratos celebrados entre a Riomarine Oil e Gas Engenharia e Empreendimentos Ltda e diversas empreiteiras como a Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, MPE, OAS, Setal e UTC ou consórcios por elas integrados. Segundo o MPF, os contratos visavam habilitar Goes a receber propinas, que depois seriam repassadas a empregados e dirigentes da Petrobras. O juiz Sérgio Moro pediu que a defesa de Mario Goes comprove se os serviços foram realmente prestados. A construtora Camargo Corrêa declarou, em nota, que não participou do acordo dos executivos com o MPF. A norte energia - que faz parte do consórcio responsável pela construção da Usina Belo Monte - declarou que só vai se manifestar depois de ter acesso aos depoimentos. O consórcio construtor Belo Monte afirmou que não houve a divulgação de um só depoimento que contenha acusações contra o consórcio e refutou com veemência o que chamou de ilações irresponsáveis. A construtora Andrade Gutierrez, afirma que cumpriu todos os processos legais de contratação. A Mendes Júnior declarou que não tem conhecimento das apreensões citadas pelo MPF. A OAS afirmou que todos os contratos da empresa obedecem à legislação. A UTC só vai se pronunciar na Justiça. A Setal e MPE não quiseram se pronunciar. Acordo de delação premiada Mais dois executivos, suspeitos de envolvimento no esquema bilionário de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras, firmaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) na sexta-feira (27). Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, e Eduardo Leite, vice-presidente da empresa, irão colaborar com as investigações da Operação Lava Jato passando informações sobre o funcionamento do esquema e a participação de suspeitos em troca de benefícios, como redução de pena, em caso de condenação. Ao todo, 15 investigados já fizeram acordo de delação premiada da Operação. Até este sábado (28), não havia data marcada para o início dos depoimentos. A Camargo Corrêa é uma das empresas citadas na sétima fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo executivos e funcionários de empresas com contratos com a Petrobras. A empreiteira é suspeita de integrar o chamado "clube" que, por meio de um cartel, manipulava licitações da estatal em troca de propina paga a diretores e partidos políticos, como PP, PT e PMDB. Dalton Avancini e Eduardo Leite também estão presos na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde novembro de 2014, ao lado de João Ricardo Auler, presidente do Conselho Administrativo da Camargo Corrêa e de outros executivos das empresas investigadas. O acordo de delação premiada foi firmado no mesmo dia em que a Justiça Federal (JF) realizou audiência com as testemunhas de defesa dos executivos – todos funcionários da Camargo Corrêa.