ARTESANATO EM JUAZEIRO: Peças são referência no País
Juazeiro do Norte O comércio de artesanato na terra do Padre Cícero passou a ser uma das grandes referências no Brasil. A perspectiva é que, até o final do ano, haja melhoria nas vendas. O segmento da palha tem uma estimativa de produtividade até o fim do ano, com mais de 50% de aumento nas vendas.
Já na produção de peças em madeira e argila, há uma estabilização do mercado. A avaliação das entidades que atuam na área, principalmente, com exportação do produto para a Europa, é de uma das maiores crises na comercialização do setor. Uma queda de até 20%.
A Associação dos Artesãos da Mãe das Dores e do Padre Cícero, no Centro de Juazeiro do Norte, reúne o maior número de artesãos da palha na cidade. São cerca de 25 pessoas, 18 delas voltadas para as atividades com a palha do milho.
As maiores encomendas do semestre começam a ser feitas e, até o fim do ano, mais de dois mil produtos serão comercializados. Normalmente, a produtividade tem uma melhora significativa a partir do segundo semestre, de acordo com o presidente da entidade, Luciano Bezerra. Os grupos de artesãos trabalham o dia todo para garantir as entregas, em grande parte, de baús, caixas e cestas para as vendas de produtos natalinos.
Os cartões de Natal, que destinavam uma das maiores rendas da entidade, praticamente não são feitos. Uma organização holandesa que comprava a produção fechou e não tem compensado a capacitação de uma equipe para produzir o material. Com isso, ficam apenas as vendas dos produtos consignados dos artesãos e as encomendas.
Já o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, um dos maiores mercados de produtos artísticos do Nordeste, com uma diversidade de mais de 100 mil peças, avaliadas em cerca de R$ 1 milhão, passa por uma das maiores crises nas vendas. Segundo o presidente da Associação dos Artesãos do Padre Cícero, Hamurabi Batista, houve uma retração nas vendas e até o capital de giro da entidade teve que ser investido em novas peças, para dar sustentação aos artesãos.
Repasse
De acordo com Hamurabi, o Mestre Noza é uma das poucas entidades do Brasil que não trabalha com a consignação das peças, repassando os valores das artes diretamente para o artesão.
O artesão Adalberto da Silva, conhecido como Beto, associado da entidade, confirma a crise e afirma que a saída para os artesãos é a oportunidade de negociar por fora seus produtos. "Temos as encomendas pessoais e, na verdade, é essa forma de negociação que garante a sobrevivência do artesão", afirma ele, especialista em esculpir imagens de santos em madeira.
Luciano Bezerra diz que a primeira etapa do montante de encomendas da Associação dos Artesãos da Mãe das Dores já foi cumprida. Foram repassadas 400 peças. "Agora é cumprirmos até o final do ano a entrega de mais 1.650", ressalta.
Durante a romaria de Nossa Senhora das Dores, realizada no mês passado, em Juazeiro, houve uma melhora nas vendas, principalmente, de cestos, chapéus de palha e de tecido, dentre outros produtos. Ele informa que a fase boa de negociações durante o ano se registra de agosto ao mês de dezembro.
No Mestre Noza, o preço das peças em madeira e de argila varia entre R$ 1,00 a até R$ 5 mil. "Temos peças grandes, que estão expostas e, caso sejam escolhidas, dependendo do estado de conservação, nós fazemos uma restauração para a comercialização", afirma Hamurabi. Esse é um dos aspectos que faz o diferencial da entidade de mais de 27 anos. São milhares de produtos em casa, à espera de turistas e os grandes compradores de produtos artísticos pelo Brasil.
Variedade
100 mil é a quantidade de peças do Centro de Cultura Popular Mestre Noza, avaliadas em R$ 1 milhão. A organização, porém, passa por uma das maiores crises
Mais informações:
Associação dos Artesãos da Mãe das Dores e do Padre Cícero
Telefone: (88) 3512.2829
Centro de Cultura Popular
Mestre Noza, (88) 3511.3133
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
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