Berçário de polvos é descoberto no fundo do mar na Costa Rica

Segundo a organização, a ninhada encontrada pode ser de uma nova espécie de Muusoctopus

Ninhada foi encontrada a 2,8 mil metros abaixo da superfície, bem como biodiversidade próspera e outras espécies

Por Redação Galileu

Este é o terceiro berçário de polvos de que se tem notícia Schmitd Ocean Institute

A expedição também reforçou a ideia de que algumas espécies do animal no fundo do mar buscam espaços hidrotermais de baixas temperaturas para chocar seus ovos.

Uma equipe internacional de cientistas descobriu um berçário de polvos em uma região hidrotermal de baixa temperatura nas profundezas do mar na Costa Rica. Este é o terceiro berçário de polvos de que se tem conhecimento e o primeiro no fundo do mar, provando que o monte marinho Dorado Outcrop é um berçário ativo.

A informação foi divulgada pelo Schmitd Ocean Institute, ONG que atua desde 2009 financiando e incentivando pesquisas sobre os oceanos. Segundo a organização, a ninhada encontrada pode ser de uma nova espécie de Muusoctopus, um gênero de polvos de pequeno a médio porte que não possuem bolsos de tinta.

Ninhada de polvos da espécie Muusoctopus sobrevive em ambiente de baixa temperatura no fundo do mar — Foto: Schmitd Ocean Institute

Robô subaquático registrou imagens das espécies e biodiversidade no fundo do mar na Costa Rica — Foto: Schmitd Ocean Institute

Possível nova espécie de polvo em berçário no fundo do mar — Foto: Schmitd Ocean Institute

Nova espécie de peixe descoberta por cientistas da Odisseia dos Polvos — Foto: Schmitd Ocean Institute

Fundo do mar

A expedição, que ganhou o nome de Odisseia dos Polvos, foi liderada pela dr. Beth Orcutt, do Laboratório Bigelow de Ciências Oceanográficas, nos Estados Unidos, e o dr. Jorge Cortes, da Universidade da Costa Rica. A jornada durou 19 dias e ocorreu a bordo do navio de pesquisa do Schmitd Ocean Institute. A equipe contou ainda com mais 18 cientistas de vários países.

A Odisseia dos Polvos utilizou um robô subaquático chamado ROV SuBastian para fazer as observações e registros.

Os cientistas viram a espécie Muusoctopus saindo dos ovos, o que prova que a área, conhecida como Dorado Outcrop, é propícia para o desenvolvimento de jovens polvos. O berçário em questão foi descoberto pela primeira vez em 2013, marcando a primeira observação de polvos fêmeas se juntando para chocar seus ovos. Na ocasião, não foram identificados embriões, levando os pesquisadores a acreditar que as condições da Dorado Outcrop não eram propícias para o crescimento desses animais.

"A descoberta de um novo berçário ativo de polvo 2,8 mil metros abaixo da superfície das águas da Costa Rica prova que ainda há muito a se aprender sobre nosso oceano", disse dr. Jyotika Virmani, diretor executivos do Schmitd Ocean Institute, em comunicado. "As profundezas do mar da Costa Rica vão além da imaginação humana."

Outras espécies

Os cientistas exploraram ainda cinco montes submarinos nunca vistos antes na região noroeste das águas da Costa Rica. Eles encontraram uma biodiversidade próspera, bem como centenas de animais — especula-se que muitos deles sejam de novas espécies.

"Estamos empolgados para continuar ajudando o mundo a testemunhar e estudar as maravilhas do nosso incrível oceano", afirmou Virmani.

Atualmente, esses montes, incluindo Dorado Outcrop, não são protegidos de atividades humanas, como a pesca, por exemplo. Metade da expedição foi composta por pesquisadores da Costa Rica, e alguns deles estavam analisando se os montes deveriam se tornar áreas marinhas protegidas.

De acordo com o Schmitd Ocean Institute, esta expedição faz parte de um plano de pesquisa e investigação de dez anos do oceano e da vida marinha na América Central.

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