Coronavírus deixa mais de 3.000 mortos no mundo todo e quase 90 mil infectados
Na China - onde o vírus surgiu, no fim de 2019 - as autoridades anunciaram, em atualização nesta segunda-feira, 42 novas mortes, o que eleva o balanço da doença no país a 2.912 vítimas fatais
Na Itália, 500 casos foram registrados no domingo, um número expressivo que elevou o número de contágios a quase de 1.700 no país AFP
Por AFP
A epidemia do novo coronavírus já vitimou fatalmente de 3.043 pessoas no mundo inteiro, segundo atualização da Organização Mundial da Saúde (OMS) desta segunda-feira (2), provocando consequências em todo o planeta, sobretudo econômicas, com risco de recessão na Alemanha e Itália e uma desaceleração do crescimento mundial.
Na China - onde o vírus surgiu, no fim de 2019 - as autoridades anunciaram, em atualização nesta segunda-feira, 42 novas mortes, o que eleva o balanço da doença no país a 2.912 vítimas fatais.
Os 202 novos casos registrados nesta segunda-feria na China continental representam, no entanto, o menor número diário desde janeiro. A epidemia de COVID-19 – nome da doença provocada pelo vírus – perde força na China, que adotou medidas drásticas de quarentena que afetam mais de 50 milhões de pessoas. No entanto, no restante do planeta a doença mantém a trajetória de propagação.
Resposta coordenada
Nesta segunda-feira, foi divulgado o segundo caso no Egito, país que registrou, em meados de fevereiro, o primeiro caso no continente africano, justo no momento em que os turistas começavam a retornar ao país depois de vários anos de distúrbios provocados pela revolução de 2011.
As autoridades dos Estados Unidos anunciaram a segunda morte, em um total de 21 casos, aos quais devem ser adicionadas outras 47 pessoas repatriadas. Nos últimos dias o país registrou pacientes que não tinham qualquer relação com focos da epidemia.
Na Itália, 500 casos foram registrados no domingo, um número expressivo que elevou o número de contágios a quase de 1.700 no país.
As autoridades italianas também anunciaram cinco mortes, o que eleva o balanço de vítimas fatais a 34, todas em três regiões do norte: Lombardia, Emilia Romagna e Veneto.
Na Coreia do Sul, o segundo país mais afetado depois da China, outros 600 casos e oito mortes foram confirmados, em um total de 4.300 contaminações, 26 delas fatais.
A prefeitura de Seul iniciou uma ação por homicídio contra os líderes da Igreja de Jesus Shincheonji, principal vetor da epidemia. O movimento religioso, considerado por seus críticos uma seita, é acusado de não ter permitido ações para impedir a propagação do coronavírus.
O líder da seita, relacionada à metade dos casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, pediu desculpas pela responsabilidade de sua organização na propagação da epidemia. "Quero oferecer minhas mais sinceras desculpas ao povo, em nome dos membros", disse Lee Man-hee, fundador da Igreja Jesus Shincheonji, em Gapyeong (norte). O homem de 88 anos se ajoelhou duas vezes antes de se prostrar, com a testa no chão, diante da imprensa.
O novo coronavírus provocou mais 12 mortes no Irã entre domingo e segunda-feira, anunciou o vice-ministro da Saúde, Alireza Raisi, em uma entrevista coletiva em Teerã. "Anunciamos 523 novos casos de pessoas infectadas e mais 12 mortes. O número de mortos chega a 66, sobre um total de 1.501 contaminados desde o surgimento da doença no país", declarou Raisi.
"As províncias mais afetadas são Teerã, Qom (centro) e Gilan (norte)", completou o vice-ministro, que também anunciou a recuperação de 291 pacientes, ou seja, 116 a mais que no domingo.
A Tailândia, que registrou 43 casos de contaminação, anunciou nesta segunda-feira o primeiro óbito, de um homem de 35 anos que também tinha dengue.
Risco de recessão
A epidemia provoca o temor de uma crise econômica mundial. O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, citou riscos de recessão na Alemanha e Itália.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua previsão de crescimento no mundo, de 2,9% a 2,4%, e fez um alerta para um cenário ainda pior em caso de agravamento da epidemia.
Os ministros das Finanças do G7 e do Eurogrupo se reunirão esta semana por telefone para coordenar a resposta, anunciou o ministro francês Bruno Le Maire. A França se tornou um novo foco de contaminação na Europa, com 130 casos e dois mortos.
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O Museu do Louvre, local emblemático do turismo em Paris, permaneceu fechado pelo segundo dia consecutivo porque os funcionários exerceram o direito de não trabalhar em caso de perigo. A cidade também cancelou o Salão do Livro previsto para março.
A epidemia afeta o calendário esportivo. O Grande Prêmio de Moto do Catar, previsto para 8 de março, foi cancelado, o GP da Tailândia, em 22 de março, adiado. Na Itália, várias partidas da Série A foram adiadas.
O nível de risco vinculado ao novo coronavírus passou para "moderado a alto" para os cidadãos da União Europeia (UE), anunciou nesta segunda-feira o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou o aumento de risco para o nível "alto".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou para "muito elevado" (o máximo) a ameaça do novo coronavírus e também afirmou que acreditar estar protegido seria um "erro fatal".
A OMS recordou que os sintomas são benignos para a maioria dos enfermos, importantes (pneumonias) para 14% e que apenas 5% das pessoas afetadas estão em condição crítica.
A taxa de mortalidade parece ser de entre 2% e 5%, segundo a OMS, que pediu à comunidade internacional que reúna dispositivos médicos de assistência respiratória, indispensáveis para tratar os pacientes afetados pela forma mais severa da doença.
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