Presidente do Peru anuncia dissolução do Congresso e convoca novas eleições legislativas

Vizcarra assumiu a Presidência do Peru em 2018, após a renúncia de Kuczynsky

Presidente do Peru anuncia dissolução do Congresso e convoca novas eleições legislativas Medida está prevista na Constituição. No poder desde 2018, Martín Vizcarra vive disputa política com Legislativo, que tenta controlar o Judiciário. [caption id="attachment_156622" align="alignleft" width="300"] Presidente do Peru, Martín Vizcarra, anuncia fechamento do Congresso e convocação de novas eleições — Foto: Peruvian Presidency/Handout via Reuters[/caption] Por G1 O presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou nesta segunda-feira (30) que vai dissolver o Congresso peruano e convocar novas eleições após sofrer derrota no Parlamento (leia mais no fim da reportagem). Em discurso na televisão, o peruano acusou o Congresso de bloquear reformas anticorrupção. A maior parte dos parlamentares está na oposição a Vizcarra, que assumiu o poder após a queda de Pedro Pablo Kuczynsky, em 2018. "Que seja finalmente o povo que decida. O fechamento que decidi está dentro de minhas prerrogativas presentes na Constituição, colocando um fim a esta etapa de bloqueio político", afirmou. A medida está prevista na Constituição peruana – segundo o texto, o presidente tem a prerrogativa de dissolver o Congresso e convocar eleições legislativas caso os parlamentares neguem confiança ou censurem o Conselho de Ministros. A oposição, liderada por apoiadores do ex-presidente Alberto Fujimori, protestou contra a decisão. Alguns parlamentares fujimoristas chamaram a medida de "ditatorial". "Eles pensam que aqui é uma monarquia, é isso que eles querem impor", afirmou Milagros Salazar, porta-voz do partido fujimorista Força Popular. Por que o presidente decidiu fechar o Congresso? A origem da crise está na decisão do Congresso de eleger integrantes do Tribunal Constitucional Peruano nesta segunda-feira. O presidente Vizcarra considera a medida uma forma de a oposição controlar o Judiciário. Para evitar a nomeação, o primeiro ministro Salvador del Solar – que representa Vizcarra no Parlamento – entrou nesta segunda-feira com uma proposta de reforma na nomeação dos juízes do Tribunal Constitucional. Essa proposta estava vinculada a uma moção de confiança, que, em caso de rejeição, permite que o presidente dissolva o Congresso e convoque novas eleições. Os parlamentares simplesmente não votaram a proposta do governo. Assim, Vizcarra considerou a medida rejeitada e, então, fechou o Congresso. Vizcarra assumiu a Presidência do Peru em 2018, após a renúncia de Kuczynsky. O ex-presidente foi acusado de corrupção em caso relacionado à empreiteira brasileira Odebrecht– as investigações, inclusive, receberam o apelido de "Lava Jato peruana".

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