Papa pede fim da venda de armas à Síria e celebra Primavera Árabe
Bento XVI também criticou o fundamentalismo religioso.
Do G1, com agências internacionais
O papa Bento XVI pediu o fim do fornecimento de armas à Síria, criticou o fundamentalismo religioso e celebrou a Primavera Árabe, em entrevista a bordo do avião que o levou à visita de três dias ao Líbano.
"As importações de armas devem cessar de uma vez por todas", disse. "Sem essas importações, a guerra não poderia continuar."
Bento XVI disse que vê na Primavera Árabe "um desejo de mais democracia, liberdade, cooperação para uma identidade árabe renovada", mas disse que ela deve ser acompanhada pela "liberdade religiosa".
O pontífice também disse que o fundamentalismo é "uma falsificação da religião".
Bento XVI desembarcou em Beirute, sob forte esquema de segurança, para uma visita de três dias ao país, que ocorre em meio a um clima de tensão no Oriente Médio e no mundo muçulmano.
O Papa estava sorridente e emocionado ao desembarcar do avião, que pousou às 13H40 locais (7H40 de Brasília) no aeroporto internacional de Beirute, onde foi recebido por autoridades libanesas, incluindo o presidente da República, Michel Suleiman, o único cristão que é chefe de Estado em um país árabe.
"Todos os integrantes da família libanesa o recebem com gratidão", afirmou o presidente do país.
Mais de 100 jovens vestidos de branco estavam na pista e exibiam uma faixa com a frase "Líbano alegre, o Papa chegou".
Os sinos das igrejas de todo o país ressoaram em homenagem ao Sumo Pontífice, de 85 anos, que foi recebido com 25 salvas de canhão.
No aeroporto, o papa fez o primeiro de sete discursos previstos durante a visita.
Bento XVI elogiou a convivência entre as diferentes comunidades religiosas no Líbano, que chamou de "exemplo" para o Oriente Médio.
"A feliz convivência libanesa deve demonstrar, ao conjunto do Oriente Médio e ao restante do mundo, que, dentro de uma nação, pode existir a colaboração e o o diálogo religioso entre cristãos e seus irmãos de outras religiões".
"Este equilíbrio, presente em todas as partes como um exemplo, é extremamente delicado", completou o Papa.
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