Fósseis de dinossauro encontrados na Argentina podem ter sido do maior de todos

A parte do esqueleto que foi encontrada está bastante articulada, disse Otero.

Equipe recolhe fósseis de dinossauro na Argentina Foto: Divulgação / Conicet

Paleontólogos encontraram fósseis de um dinossauro de "pescoço longo" na área que hoje é a província Neuquén, na Patagônia, na Argentina, e acreditam que tenham sido de um titanossauro com 98 milhões de anos. Feita uma análise, viram que os ossos indicam que o espécime é ainda maior do que outras espécies semelhantes encontradas naquela área. Segundo os autores do estudo, as 24 vértebras caudais e ossos da cintura pélvica e peitoral desse herbívoro gigante pode ser o maior de todos os encontrados até agora.

"Embora ainda não possamos fazer estimativas da massa corporal devido à ausência de elementos longos como o úmero e o fêmur, com base na observação contra outros ossos que temos, calculamos que teria atingido um tamanho semelhante ou maior do que Patagotitan, o maior conhecido até agora com 37 metros de comprimento da cabeça à cauda e 69 toneladas de peso", afirmou Alejandro Otero, pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina na Faculdade de Ciências Naturais e Museu da Universidade Nacional de La Plata (FCNyM, UNLP) e primeiro autor da publicação.

A novidade foi anunciada por meio da revista científica "Cretaceous Research", conforme informou o Conicet na segunda-feira, dia 25, detalhando que o grupo de especialistas está animado com a possibilidade de que mais restos fósseis apareçam no local que ajudem a completar a anatomia do animal.

"A parte do esqueleto que foi encontrada está bastante articulada, o que nos faz pensar que deveriam haver mais ossos que certamente começarão a ser vistos assim que continuarmos com as escavações", disse Otero.

Comparações preliminares com outros restos fósseis sugerem que a descoberta poderia ser um animal ainda mais gigantesco do que o "pescoço longo'. No entanto, os autores alertaram que não há evidências suficientes para afirmar que o novo espécime corresponde a uma espécie desconhecida.

Embora tenham se espalhado pelo planeta, as formas maiores e mais pesadas dos titanossauros, que viveram no período Cretáceo, terminado há 66 milhões de anos, apareceram na Argentina, mais precisamente na região da Patagônia. No local da descoberta, está a Formação Candeleros, unidade geológica que cobre parte das províncias de Río Negro, Neuquén e Mendoza, justamente a região em que surgiram alguns dos maiores exemplares deste tipo de dinossauros em todo o mundo.

"A Argentina tem um grande número de paleontólogos bem treinados que regularmente fazem campanha na Patagônia, então há um grande esforço dedicado à busca e extração de fósseis, e isso é muito para o país ter um histórico tão rico, em este caso de grandes titanossauros", acrescentou.

Os fósseis mencionados foram encontrados em 2012, justificando expedições científicas para recolher os materiais em 2015 e 2016. O estudo sobre eles foi um trabalho colaborativo entre o Museu de La Plata e os museus Egidio Feruglio de Trelew, Chubut; e Olsacher de Zapala, Neuquén, com o apoio das diretorias de Mineração e Patrimônio Cultural daquela província; a Universidade Nacional de Río Negro (UNRN) e a de Zaragoza, Espanha.

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