Na despedida do Sport, André pede desculpa à torcida e deixa no ar erros no clube
André deixa o Sport e vai defender o Grêmio
[caption id="attachment_143632" align="alignleft" width="300"] André diz que um dia pode voltar para o Sport e avisa: "Agora sou torcedor" (Foto: TV Globo)[/caption] Na despedida do Sport, André pede desculpa à torcida e deixa no ar erros no clube Atacante, negociado com Grêmio, afirmou ter gratidão pelo Leão, mas afirmou: "Torcida sabe pouco o que acontece" Por GloboEsporte.com, Recife Na quebra de silêncio, André se desculpa com torcida e deixa no ar coisas erradas no Sport O último ato de André, no Sport, teve pedido de desculpa ao torcedor. Esqueça, no entanto, lágrimas ou qualquer outro lance emotivo. O desejo de sair do Leão era convicto. Algo pensado lá atrás. Em dezembro de 2017, era um embrião. No retorno das férias, em janeiro último, a certeza: a Ilha do Retiro estava foram dos planos. Algo o incomodava. Como no futebol, geralmente, a realidade é varrida para debaixo do tapete, topou o desafio de mudar para o Grêmio, sem expor situações e com alguma certeza de que sair pela porta da frente seria difícil. Por fim, quebrou o silêncio para mostrar, pelo menos, a voz dele nessa história toda. - Tenho gratidão pelo clube. Às vezes, acontece de não cumprir o contrato (o dele ia até 2022). Aqui me tornei uma pessoa melhor, em todos os aspectos. Infelizmente, o torcedor sabe muito pouco do que acontece no clube, cerca de 15%. Mas não me cabe falar agora. Mesmo de longe, vai ficar o carinho – comenta. André se constituiu ídolo do Sport em duas passagens, ambas com intenção de reconstruir a carreira. Ao todo, vestiu a camisa rubro-negra em 107 oportunidades. Com 43 gols, conquistou os fãs do Leão. Números e paixão à parte, o momento pedia uma retirada. Com peso natural aos que jogam tudo para o alto. Espectador da saída de Diego Souza e Rithely – outros casos complicados de negociação, atualmente no São Paulo e no Internacional -, praticamente pagou para viver a própria via-crúcis, no Leão. Pelo menos pensa assim. Tentou preparar o terreno. Sem clima para prosseguir, tão logo revelado o interesse do Grêmio, reuniu-se com o presidente Arnaldo Barros, nas vésperas do confronto com o Central, pelo Campeonato Pernambucano – dia 3 de fevereiro, em Caruaru. Assim contou, usou a franqueza para minimizar contradições e sofrimentos. Expôs o incômodo de estar no grupo, quando se via mais distante do clube. A seguir, em vez de ações solidárias, sentiu-se injustiçado por ter recebido pouca proteção na condução do processo. Para ele, houve intenção de colocá-lo contra o torcedor. - Sabia que teria essa situação de ser jogado contra a torcida. Tinha visto o mesmo com Diego Souza e com Rithely. Diego principalmente. A história dele aqui é linda. As coisas ali poderiam ter sido melhores trabalhadas. Essas coisas mexem com você. No início das negociações com o Grêmio, o Sport pediu um valor de R$ 16 milhões pela liberação de André. Ele achou natural o dinheiro envolvido. Dos diretores, ouviu sobre a importância dele para o projeto do clube na temporada. Mais na frente, colocou em xeque o prestígio com o Leão, em virtude das ameaças de o caso ser levado à Fifa. - Eu era importante e não recebi o devido tratamento dessa importância. Na realidade, esse foi o motivo do meu silêncio o tempo todo. Quando se está de cabeça quente, você fala o que não quer. Então, permaneci quieto mesmo tomando porrada. Se um dia André vai ser perdoado pelo torcedor – ele entende que muitos ficaram chateados -, só o tempo dirá. Mas se defende do "fator dinheiro". Chateia-se com a condição de “mercenário” colocada, por vezes, em questões do tipo. André dispensa o pedestal, por outro lado. Admite culpa em algumas situações - sem entrar em detalhes, de novo -, com a intenção de tomar as decisões certas. - Nas vezes que vim para o Sport baixei salário. Vim para cá porque quis jogar aqui. Agora, há uma nova oportunidade. Errei em alguns momentos, não sou perfeito. Por isso peço desculpa a todos que se chatearam comigo. Mas espero voltar um dia. Nunca vou esconder o carinho. No futuro, quem sabe? Nesse momento, deixo de ser jogador para me tornar torcedor do Sport.
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