Sem Flamengo, clubes preparam carta pelo adiamento da rodada do fim de semana do Brasileirão

O texto vai lembrar que todos querem o retorno do público às competições

Reunião do Conselho Técnico da CBF antes da pandemia: clubes se uniram contra o Flamengo — Foto: Reprodução CBF

Manifesto vai reforçar que todos querem retornar com público aos jogos, mas vão lembrar que, em conselho técnico, maioria decidiu pelo retorno ao mesmo tempo

Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro

A CBF ainda não se manifestou sobre a decisão dos clubes pelo adiamento da 21ª rodada do Campeonato Brasileiro - prevista para o fim de semana. Mas os dirigentes preparam novo manifesto, enfático e com a definição expressa pelo adiamento da competição. Uma carta será divulgada nesta quarta-feira pelos 19 clubes - com o Atlético-MG, cujo presidente disse que colocaria público nos jogos caso o Flamengo também o faça - para deixar clara a posição.

O texto vai lembrar que todos querem o retorno do público às competições, todos querem o torcedor no estádio, mas concordaram - por maioria em conselhos técnicos anteriores - que retornariam ao mesmo tempo. Pois a liberação depende de aprovação de instâncias governamentais.

Também vão reforçar que jogar sem público é a pior punição que um clube pode ter - em tribunais esportivos. Não é do desejo destes clubes, vai explicitar a carta, atuar sem seus torcedores os incentivando. Mas há uma pandemia que, de certa maneira, colocou de maneira uniforme esta "punição" a todos, pois jogam sem torcedores desde março de 2020.

Os clubes se baseiam também na decisão de Conselho Técnico anterior ao Campeonato Brasileiro - quando a CBF submeteu aos clubes decisões e regras do regulamento que deveriam ser aprovados e, então, seguido por todos. Posteriormente, em reuniões de conselho esta questão de retornar com público com todos ao mesmo tempo foi ratificada pelos clubes.

Flamengo não vê competência da CBF

O Flamengo na Série A - e o Cruzeiro, agora também o Goiás e o Confiança na B - tem liminar favorável a realização de jogos com público como mandante. Entende que a CBF não deve regular esta questão, pois não tem competência para o tema. O vice-presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, em entrevistas na última semana, disse que o assunto é de "regulamento sanitário".

- Eu fico surpreso que a Confederação Brasileira de Futebol esteja trabalhando contra isso. O Flamengo quer fazer esses jogos porque tem uma atividade econômica exercida. Já estamos jogando na Libertadores, e agora que o prefeito o Rio liberou, queremos fazer esses jogos - comentou Dunshee.

Vice Presidente do Flamengo esclarece posição do clube em relação à volta da torcida para estádios

Na reunião da semana passada, a sinalização pelo adiamento já havia sido expressa em nota conjunta publicada pelo site da CBF. Ela dizia, no trecho final, que "os clubes manifestaram, por unanimidade, que irão pleitear à CBF que sejam suspensas rodadas da competição nas quais clubes sinalizem com a utilização de liminar para contar com público nos estádio. A CBF irá analisar juridicamente a questão, uma vez que interfere na esfera de direito de terceiros adquirentes de propriedades comerciais da competição."

O presidente do STJD, Otávio Noronha, negou nesta terça o pedido de intervenção de 17 clubes da Série A - Atlético-MG e Cuiabá não assinaram - para revogar a liminar que liberou a presença de público nos jogos do Flamengo em competições nacionais.

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