Fortaleza tem padrão tático e volume em estreia de Chamusca, mas falhas pesam na derrota

É possível afirmar: Fortaleza e São Paulo se respeitaram, e o placar com muitas emoções

Legenda: Wellington Paulista ganhou chance e marcou no primeiro toque na bola - Foto: Camila Lima / SVM

Escrito por Alexandre Mota

Equipe teve grande atuação, mas foi superada pelo São Paulo na Arena Castelão

Um Fortaleza de entrega, vibração e muito organizado. A estreia do técnico Marcelo Chamusca à beira do gramado, sábado (14), foi marcada por derrota para o São Paulo, por 3 a 2, na Arena Castelão, mas a atuação como um todo foi positiva. O time protagonizou partida equilibrada, levou perigo para meta de Volpi e teve até gol anulado pelo árbitro de vídeo (VAR) no possível desempate.

Os efeitos chegam de uma única atividade do novo comandante, às vésperas da partida. O impacto não foi no esquema tático, mantido no 4-2-4, residiu na autoestima. A equipe brigou, teve mais desarmes que a média na competição (9) e conseguiu tentos com lances orquestrados.

E os ajustes de Chamusca existiriam, de fato. O Fortaleza seguiu com o 4-4-2 na marcação, no entanto, Bergson e David ficaram mais avançados e com baixo recuo. Os laterais também subiram menos, assim como os pontas: a estratégia foi firmada pelo meio-campo.

Na escapada de David, aos 9, o avanço nas costas da defesa surge através de lançamento de Juninho. As bolas esticadas aumentaram sem demérito, foi parte da estratégia: acertou 53% das tentativas e, de bola parada, conseguiu o gol de Wellington Paulista no segundo tempo.

São esboços de um clube com padrão - não de Rogério Ceni, sim de Fortaleza. As características foram exploradas por Chamusca, inclusive, nas substituições, com manutenção do fôlego apesar das ausências surpresas. Osvaldo e Yuri César, ambos com Covid-19, não estiveram disponíveis e impediram uma agressividade maior no segundo tempo.

Qualidade adversária

É possível afirmar: Fortaleza e São Paulo se respeitaram. Na temporada, em quatro partidas, o placar agregado é 9 x 8 ao Tricolor Paulista - o Leão não venceu. E os gols sofridos no último embate são oriundos do time que errou diante de um adversário com qualidade.

Na cobrança de falta de Gabriel Sara, a inteligência do batedor deixou Felipe Alves desprevenido. Bateu no canto da barreira e revelou que escolheu a batida justamente pelo posicionamento do arqueiro, aos 40 do primeiro tempo.

Depois ocorreram lances marcados por tomadas de bola.

No Fortaleza atônico pelo gol anulado de David, quando estava 1 a 1, Luciano antecipou a marcação em cruzamento e fez aos 15 da etapa final. O tento que decretou o placar é fruto de uma saída de bola equivocada, quando Carlinhos erra o domínio e os volantes deixam o centroavante com espaço para emendar belo arremate, sem chances.

Os momentos ocorreram em situações específicas, distante do desempenho defensivo real. O Fortaleza conseguiu anular Brenner na maior parte do confronto, também forçou os pontas do São Paulo ao cruzamento, com vantagem aérea de Jackson e Paulão.

O trabalho está no início, precisa de tempo. E o Fortaleza, apesar do cenário, deve reagir o quanto antes após a 4ª derrota seguida na Série A. Pontuar é necessário.  

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