Ao lado do filho auxiliar, Tite cita "taquinho de golfe" de Paquetá e admite dificuldades da Seleção

O Brasil teve 73% de posse de bola, mas sofreu para encontrar espaços na defesa adversária.

Tite, técnico da seleção brasileira, durante jogo contra a Venezuela — Foto: Nelson Almeida/Reuters

Técnico ressalta forte marcação da Venezuela em vitória sem brilho do Brasil, no Morumbi

Por Bruno Cassucci e Raphael Zarko — São Paulo

Brasil 1 x 0 Venezuela, pela 3ª rodada das Eliminatórias da Copa

O técnico Tite reconheceu dificuldades da seleção brasileira na vitória por 1 a 0 sobre a Venezuela, na noite desta sexta-feira, no Morumbi. Ao lado do filho e auxiliar Matheus Bachi, a quem repassou algumas perguntas, o treinador ressaltou a forte marcação adversária, mas também apontou virtudes da equipe para conseguir a terceira vitória em três jogos nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.

Questionado se faltaram dribles e triangulações do Brasil, Tite opinou:

— As triangulações acontecem com aquele sentido de entrosamento, de repetir. Mas acabaram acontecendo, o gol foi o taquinho de golfe que eu falo, do Paquetá, na jogada de combinação, rodando, depois de receber o Richarlison, infiltrando o Everton, lateral esquerdo do lado contrário, juntamente com o Jesus, área cheia. Precisávamos, sim, do lance individual. No primeiro tempo afunilamos demais, não dava largura suficiente. E aí dificultava e de ter essa jogada, dificultar a marcação adversária numa jogada individual.

O Brasil teve 73% de posse de bola, mas sofreu para encontrar espaços na defesa adversária.

— Sobre finalizações de média distância: eles baixavam no 4-5-1, fecham com três volantes no centro, e ficou difícil de encontrar as finalizações. As que aconteceram foi quando o Pedro entrou, fez pivô, o Firmino bateu e eu comemorei achando que tinha sido gol. Mas foram poucas oportunidades — disse Tite.

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Matheus Bachi ponderou que a seleção brasileira teve pouco tempo para preparação. O grupo se apresentou na Granja Comary na última segunda-feira, mas só foi treinar completo na quarta e na quinta:

— A oportunidade que a gente tem de escolher o talento que utiliza é muito forte, mas para enfrentar equipes que marcam baixo às vezes só o talento não é suficiente. Você precisa de uma organização ofensiva para que esse talento desfrute de espaços, mas com quatro dias (de treino) não é muito fácil. É importante que eles absorvem as ideias e aplicam, e acabou funcionando — afirmou Matheus, dando gancho para Tite, que emendou na sequência:

— Acabou funcionando em função da necessidade do próprio jogo, com o cartão do Douglas e a entrada de outro meia, com infiltração de área, o Paqueta. A utilização dessas peças é desafiadoras e traz essas lições dentro da dificuldade do jogo.

A ausência de Neymar também foi tema da entrevista coletiva. O atacante do Paris Saint-Germain não conseguiu se recuperar de uma lesão na perna esquerda a tempo e acabou cortado na última quinta-feira.

— Sempre que você tem um atleta do nível do Neymar, que tem facilidade imensa de romper a primeira marcação e gerar desequilíbrio no adversário, a equipe vai sentir (falta). Quando o adversário imprime uma marcação forte, você sente mais alta ainda. Entrada do Paquetá conseguiu provocar a linha, como a gente chama, que é fazer com que algum adversário se mexa para encontrar um passe, foi quando a gente começou a ter uma vantagem nesse sentido. Como ele (Tite) já falou, ele não é insubstituível, mas é imprescindível — analisou Matheus Bachi.

— Num lance individual ele faz o que ninguém imagina. Sentimos falta dele, é inevitável. Mas fomos campeões da Copa América sem ele — completou Tite.

Líder das Eliminatórias, o Brasil volta a campo na terça-feira, diante do Uruguai, às 20h, no Estádio Centenário de Montevidéu.

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