Coronavírus adia sonho olímpico de sul-mineiras que defenderiam o handebol do Brasil em Tóquio

Jogadoras da seleção brasileira de handebol mantém rotina de treinamentos em casa

Jaqueline Anastácio e Bruna de Paula, da seleção de handebol, falam ao GloboEsporte.com sobre a pandemia — Foto: Reprodução

Jaqueline Anastácio e Bruna de Paula permanecem, respectivamente, na Espanha e na França; jogadoras da seleção brasileira de handebol mantém rotina de treinamentos em casa

Por Franco Junior, GloboEsporte.com

As sul-mineiras Jaqueline Anastácio e Bruna de Paula se preparavam desde o ano passado para que pudessem estar nas Olimpíadas de Tóquio em busca de uma medalha inédita para o handebol do Brasil. No entanto, a pandemia do novo coronavírus adiou o sonho das atletas e também os Jogos Olímpicos para 2021.

Os riscos de contração do vírus e as rígidas normas adotadas nos países europeus, como fechamento das fronteiras em alguns deles, fizeram com que as brasileiras permanecessem na Europa e iniciassem por lá o necessário isolamento social. Para manter a forma e também aceso o desejo de defender o Brasil na competição, elas realizam treinamentos em casa, de onde só saem se for realmente necessário.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, as jogadoras falaram sobre a necessidade de ficar em casa, a seriedade em que o isolamento social é tratado na Europa e os treinamentos dentro de casa para que, quando a pandemia tiver fim, elas possam retornar às atividades pelos clubes que defendem e também com a seleção brasileira.

Direto do caos na Espanha: Jaqueline Anastácio

Natural de Varginha (MG), Jaqueline Anastácio já sentiu o gosto de conquistas com a seleção brasileira, como, por exemplo, a do Pan-Americano de Lima, Peru, em 2019. Entretanto, a jogadora do Sul de Minas, que sentia perto a oportunidade de vestir a camisa do Brasil em mais uma olímpiada, viu o sonho ser adiado por conta da pandemia.

Jaqueline defende e é nome forte do Rocasa Gran Canaria da Espanha. Neste momento conturbado em relação ao vírus, ela ficou no país que atualmente já contabiliza mais de 10 mil mortes e cerca de 120 mil infecções pelo coronavírus.

- Desde o dia 14 de março estamos em isolamento social. Eles levam muito a sério aqui tudo que está acontecendo. Nós só saímos [de casa] para comprar comida, para comprar água e as coisas essenciais – contou a armadora ao GloboEsporte.com.

Como não existe uma previsão de que o coronavírus seja controlado e, consequentemente, não exista mais riscos de infecções em massa para que as competições esportivas – e toda vida normal – retornem, Jaqueline Anastácio se prepara com treinamentos em casa durante o isolamento.

- A gente não sabe quando as coisas vão melhorar e como as coisas vão estar daqui pra frente - destacou Jaqueline Anastácio, da seleção brasileira de handebol.

- [Então] desde que eu entrei em isolamento, estipulei uma rotina para que eu possa manter o foco e para que possa manter minha forma física de alguma forma. Então, com as coisas que eu tenho em casa, tenho feito meus treinos – disse.

Foco em meio à pandemia na França: Bruna de Paula

Bruna de Paula é natural de Campestre (MG) e está acostumada a vestir a camisa da seleção brasileira de handebol, colecionando conquistas com o uniforme verde e amarelo. Até o início da pandemia e a paralisação de todas as atividades esportivas, a atleta se preparava para estar em Tóquio com o time do Brasil.

Na França, a armadora defende o Fleury Loiret e é destaque constante do campeonato francês da modalidade. Com a pandemia do novo coronavírus, Bruna ficou em isolamento na França, país que já soma mais de 5.300 mortes, e viu o sonho olímpico ser adiado por, pelo menos, um ano.

- Infelizmente teve quer ser anulada [a olimpíada] por tudo que vem acontecendo no mundo, mas foi o melhor a fazer. Vamos continuar trabalhando para no próximo ano chegar na melhor forma possível – comentou Bruna de Paula ao GloboEsporte.com.

Notícias sobre mortes e infecções em todo o mundo são reveladas a cada instante. Esta situação, assim como afirma a jogadora, faz com que as pessoas precisem ter a consciência de ficar em casa para que as infecções diminuam.

- Se cuide e fique em casa, porque todo cuidado é pouco – pediu a brasileira Bruna de Paula, da seleção do Brasil de handebol.

- Estou na França tentando treinar em casa e evitando de sair de casa, porque todo cuidado é pouco. Espero que tudo isso passe logo e a gente volte com nossa vida normal para dar continuidade ao nosso trabalho – falou.

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