Beijinho no Ombro, sucesso da funkeira Valesca Popozuda, promete ser repetido à exaustão nos carnavais do País. Confira o bate-papo que o Buchicho Meu teve com a cantora
Duas locações, um castelo e um sítio, em que contracena com um tigre e uma águia, quatro figurinos de rainhas com inspiração medieval, com direito à botinha Versace. Além disso, um exército de dançarinos, uma produção que beira meio milhão de reais (R$ 473 mil) e à frente de tudo Valesca Popozuda, cantando sem palavrões, mas na contagiante batida do funk de sempre. O clipe de “Beijinho no Ombro” é o primeiro da carreira solo da funkeira carioca, que há 14 anos cantava seus proibidões na Gaiola das Popozudas, e desde o lançamento é uma febre.
Seja por quem já é funkeiro faz tempo ou por aqueles que gostaram da versão soft de Valesca, “Beijinho no Ombro” acumula fãs, visualizações no Youtube - o vídeo já tem cerca de sete milhões de views – e já é considerado o hit do Carnaval. E não é para menos.Com versos como “Desejo a todas inimigas vida longa”, “Late mais alto que daqui eu não escuto”, “KeepCalm, deixa de recalque”, “O meu sensor de periguete explodiu” e “Rala, sua mandada” a música tem grande potencial de assimilação e se prolifera rapidamente.
Valesca agora só aproveita o sucesso, o aumento do número de shows, que ultrapassa os 40 por mês, se diverte com as versões do hit (na mais famosa, a atriz Suzana Vieira canta e dança “Beijinho no Ombro”) e não deixa de dar declarações que geram milhares de compartilhamentos na internet. “Agora, eu sou diva” e “Peguei a inovação da Madonna, a atitude da Lady Gaga, o capricho da Beyoncé, as danças da Britney Spears, a magia da Kary Perry e a sensualidade de Rihanna” são apenas algumas. Em entrevista ao Buchicho,Valesca define seu novo estilo: “A Valesca de hoje é sexy sem servulgar”. Confira a conversa com a funkeira!
Buchicho - A música foge um pouco do que você tinha feito até então, não tem palavrão. Como surgiu a ideia de mudar isso?
ValescaPopozuda - Quando pensei em fazer a carreira solo, eu já tinha em mente mudar um pouco para não ficar igual ao que eu fazia na Gaiola das Popozudas. Não adiantava nada sair do grupo e permanecer fazendo a mesma coisa, queria experimentar algo novo e fiz (risos).
Buchicho - Quando você viu a letra e começou a pensar no clipe, imaginava que ia ser como tem sido?
Valesca - Não imaginava que fosse ser tão grandioso assim, eu confiava que daria certo, mas não imaginava algo dessa proporção!
Buchicho - Tem uma Valesca antes e depois do Beijinho no Ombro? Você agora é diva?
Valesca - Tem sim. A Valesca de antes era menos glamourosa e mais sensual (risos).A Valesca de hoje é sexy sem ser vulgar. Hoje me sinto uma diva, mas não sou uma diva no sentido “estrela”.Procuro retribuir o título que meus fãs me deram da melhor forma.
Buchicho - Quantos shows você fazia por mês antes e quantos faz agora?
Valesca – Fazia em média de 20 a 30 shows e agora estou fazendo de 40 pra cima.Esta ficando bem corrido (risos).
Buchicho - Como vai ser seu Carnaval?
Valesca - Irei desfilar, irei fazer show, irei puxar bloco...Ou seja,irei trabalhar muito. Fico muito feliz pela música já ser apontada como o hit do verão.Eu estou sem tempo pra malhar e me preparar como gostaria, mas tenho procurado equilibrar as coisas e manter um ritmo que dê pra fazer exercícios pelo menos uma vez na semana.
Buchicho - Como você vê as comparações entre você e a Anitta?
Valesca - Acho normal compararem, não me irrita e não me diminuiu em nada, eu tenho meu estilo e minha personalidade e ela tem a dela.Eu sou funkeira e ela canta pop, mas é normal as pessoas compararem.
Buchicho - Como você se sente tendo as suas músicas estudadas na universidade, sendo tema de mestrado, e também centro da produção de um filme (a produção compara Valesca à filósofa feminista francesa Simone Beauvoir)?
Valesca - Fico sempre honrada e lisonjeada, é um tabu quebrado e um grande salto para diminuir o preconceito com a cultura do funk no Brasil.
Buchicho - As duas produções colocam você como centro de um discurso feminista, de autoafirmação sexual da mulher. Você se vê assim?
Valesca - Me vejo sim, procuro dar voz a liberdade da mulher. Porque mulher não pode falar de sexo e homem pode? Porque pros homens é legal dizer que vai pegar três e a mulher não pode dizer que vai usar e depois jogar fora? Temos que quebrar esse paradigma e abrir a cabeça, sermos mais liberais em relação a isso.
Domitila Andrade
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