Ex-rainha ganha peso e quer voltar ao carnaval do Rio: ‘Ainda sou gostosa’
Com 80 kg, Fabiana Oliveira aceitou o desafio do EGO e fotografou sem roupa, usando apenas faixas com os títulos que conquistou na Mangueira.
As fantasias sensuais e os biquínis cavadíssimos deram lugar a um figurino mais largo e folgado que segundo Fabiana Oliveira, ex-rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, ajudam a esconder o excesso de gordurinhas. Com 36 anos de idade, mãe de um filho de 16 anos e pesando 80 kg, a sambista admitiu que está fora da sua forma, mas garantiu que pretende retomar o corpo que lhe rendeu sete títulos na verde e rosa da Zona Norte carioca.
“Comecei a engordar quando viajei para Portugal a trabalho. De primeira vez foram quatro quilos. Sentia muita saudade da minha família aqui no Brasil. Depois, uma irmã minha que era passista morreu em um acidente indo trabalhar também numa apresentção fora do Rio. Isso mexeu bastante com o meu lado emocional. De lá para cá foram 20 quilos a mais no meu corpo. Sei que posso melhorar e ainda sou gostosa”, disse ela, que posou no alto de sua laje usando apenas as faixas como figurino.
A luta de Fabiana para perder peso começa dentro de casa, com o apoio da família. Por se tratar de uma questão emocional, ela afirmou que vai superar a fase ruim longe do Sambódromo: “Só um milagre pode me ajudar. Quero voltar a fazer aquilo que eu gosto e fazia antes. Tenho duas amigas que são plus size e que estão desfilando no carnaval.”
Questionada sobre sua vontade em se tornar novamente rainha de bateria, ela – que foi professora da atual detentora do título, Evelyn Bastos – revelou que já até se inscreveu em concursos para “rainhas gordinhas”, em São Paulo: “Fiz a minha inscrição lá, mas não deu. Nunca paguei para ser rainha e nem tinha dinheiro para isso. Essa história de pagar é para artista. Eu sou totalmente contra, não acho justo”, disparou.
O samba está moderno demais, vulgar e muito ruim. O samba no pé está acabando."
Fabiana Oliveira
Atualmente ela coordena as musas da agremiação, dividindo o seu tempo com aulas particulares de samba, E já tem em seu currículo a formação de aproximadamente 1000 pessoas da própria comunidade, além de personalidades como a cantora Preta Gil:
“Passo o que eu aprendi para esses alunos. O samba está moderno demais, vulgar e muito ruim. Quando eu digo samba, me refiro ao tradicional samba no pé, que está acabando. Hoje em dia misturou até com funk e ficou sem sentido. Costumam dizer que o meu samba é mais clássico, diferenciado. Sambar não é só ficar se sacudindo. Tem toda uma harmonia com os gestos, o rosto e o sorriso.”
Uma história de amor ao samba
Aos 9 anos de idade, Fabiana pisou pela primeira vez em uma quadra, foi na Unidos de Vila Isabel, onde sua mãe trabalhava. Desde então começou o seu interesse pelo carnaval. Aos 15 anos chegou na Mangueira quando venceu um concurso de princesa. Em 1998 veio o primeiro título como rainha de bateria, sendo o segundo conquistado em 2003: “Eu participava, mas também achava justo dar chance para as outras meninas. Tinha muita sambista boa”, relembrou.
Neste carnaval, Fabiana completa 20 anos de Mangueira e vai desfilar com roupa de diretoria ao lado de suas musas: “O samba continua o mesmo, mas a diferença é que agora tenho mais corpo. Não sei ver desfile pela TV, o carnaval está no sangue e na minha alma.”
Léo Martinezdo EGO, no Rio
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