Brasília/São Paulo. O Banco Central revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, de 1,6% para 1,0%. A informação foi divulgada ontem pela autoridade monetária, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). De acordo com o BC, a nova estimativa incorpora os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os três primeiros trimestres deste ano e as estatísticas disponíveis sobre o quarto e último trimestre do ano.
A expectativa para o crescimento da produção industrial contribuiu para a piora da estimativa para o PIB geral, já que o setor deve registrar queda de 0,5% neste ano, ante previsão anterior de recuo de 0,1%.
Dentro desse item, vale destacar construção civil, que deverá crescer 1,9% ante expectativa anterior de expansão de 2,5%; e a indústria extrativa, que deve cair 0,5% de uma projeção anterior de alta de 0,8%.
O BC reduziu também sua previsão para o crescimento do setor de serviços neste ano de 2,2% no relatório anterior para 1,6%, no documento divulgado nesta quinta-feira. Nessa área, as principais revisões foram para as atividades de intermediação financeira (queda de 2,1 pontos porcentuais entre um relatório e outro), comércio (-0,8pp) e transportes (-0,8pp).
Apesar de ter melhorado a projeção para o setor agrícola em relação a setembro, o BC projeta um recuo de 1% em 2012 para este ramo de atividade - a estimativa anterior era de queda de 1,4%. A melhora, conforme a autoridade monetária, está associada, principalmente, ao desempenho das culturas de café e milho no terceiro trimestre.
O relatório apontou ainda uma redução de 1,3pp, para -3,5%, para a formação bruta de capital fixo (FBCF). A alegação para a diminuição da projeção foi a constatação da contração do indicador no terceiro trimestre deste ano. As projeções para o consumo das famílias passaram de 3,3% para 3,0%, enquanto as para o consumo do governo, de 3,7% para 3,2%.
Comércio exterior
Já a variação anual das exportações foi revista em -0,6pp, para 0,3%, enquanto a expansão das importações foi revisada de 2,7% para 0,3%. Segundo o BC, a mudança é reflexo da moderação da demanda doméstica e do impacto, maior que o inicialmente avaliado, da mudança na forma da contabilização das importações de petróleo. A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB neste ano foi estimada pelo BC em 1 pp, enquanto a do setor deve ser nula.
O Indicador de Atividade Econômica (PIB Mensal), divulgado ontem pela Serasa Experian, subiu 0,4% em outubro ante setembro, descontadas as influências sazonais. Em relação a outubro de 2011 a alta foi de 1,8%, a maior registrada em 14 meses.
Esses resultados, na opinião dos economistas da empresa, indicam uma aceleração, ainda que modesta, da atividade no quarto trimestre, após um desempenho considerado fraco no terceiro trimestre.
Demanda agregada
Destacou-se também o crescimento dos investimentos na composição da demanda agregada. O setor puxou a expansão em outubro, com alta de 2,9% sobre setembro e de 1,7% em relação ao mesmo mês de 2011. A primeira alta interanual dos investimentos em 2012. "É de extrema importância que estes investimentos se mantenham em alta para conferir consistência à retomada do crescimento econômico que se esboça neste quarto trimestre de 2012", observam os economistas. Ainda sobre a demanda agregada, o PIB Mensal registrou em outubro altas de 0,4% tanto no consumo das famílias quanto no consumo do governo. As exportações subiram 0,5%.
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