No ano, até 9 de dezembro, superávit caiu 36,4%, para US$ 16,7 bilhões.
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Após registrar déficit em novembro, no pior saldo comercial para o mês em doze anos, a balança comercial brasileira continuou no terreno negativo no início deste mês, quando as importações superaram as exportações em US$ 463 milhões entre os dias 1 e 9 de dezembro, segundo números divulgados nesta segunda-feira (10) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
No acumulado deste ano, até 9 de dezembro, ainda segundo números oficiais, as exportações superaram as compras do exterior, resultando em superávit da balança comercial, em US$ 16,7 bilhões. O valor representa uma queda de 36,4% frente ao mesmo período do ano passado – quando o saldo comercial positivo somou US$ 26,3 bilhões.
A queda do saldo comercial brasileiro acontece em meio à crise financeira internacional. Com crescimento menor da economia mundial, as exportações para outros países diminuem. A crise financeira também gera acirramento da competição internacional por mercados compradores, como o Brasil, e também dificulta as vendas externas brasileiras em outras nações.
No parcial de janeiro a 9 de dezembro deste ano, as exportações somaram US$ 227,51 bilhões, com média diária de US$ 964 milhões, enquanto as compras do exterior totalizaram US$ 210,78 bilhões (média de US$ 893 milhões por dia útil). Em relação ao mesmo período de 2011, as vendas externas tiveram queda de 5,5% e as importações recuaram 1,5%, de acordo com dados do governo federal.
Resultado de 2011 fechado
Em todo o ano de 2011, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o saldo positivo totalizou US$ 20,15 bilhões. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03 bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$ 24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões.
Perspectivas para 2012
Para 2012, ano que está sendo marcado pelos efeitos da crise financeira internacional, com a previsão de crescimento do PIB de 1,03%, e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará queda, atingindo cerca de US$ 20 bilhões.
O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 18 bilhões para este ano. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 19,7 bilhões neste ano.
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