Dólar fecha a R$ 5,07 e chega ao maior patamar em seis meses, após dados ruins de inflação nos EUA
Ibovespa fechou em queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.
Dólar fecha a R$ 5,07 e chega ao maior patamar em seis meses, após dados ruins de inflação nos EUA; Ibovespa cai
A moeda norte-americana subiu 1,41%, cotada em R$ 5,0774, renovando o maior nível desde outubro do ano passado. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou em queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.
Por g1
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O dólar fechou em forte alta nesta quarta-feira (10), após dados do índice de preços ao consumi-dor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) terem vindo piores do que o esperado e afastado a possibilidade de corte dos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda, na esteira do cenário negativo do exterior.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 1,41%, cotado em R$ 5,0774. Na máxima, foi a R$ 5,0854.
Com o resultado, acumula altas de:
0,25% na semana;
1,24% no mês; e
4,63% no ano.
Na terça-feira, o dólar caiu 0,47%, cotado em R$ 5,0070.
Ibovespa
Já o Ibovespa fechou em queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.
Com o resultado, acumula:
alta de 0,99% na semana;
queda de 0,04% no mês; e
recuo de 4,57% no ano.
Na terça-feira, o índice fechou em alta de 0,80%, aos 129.980 pontos.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
O que está mexendo com os mercados?
Na agenda, o principal destaque desta semana foi a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, nesta quarta-feira. A inflação ao consumidor acelerou e chegou a 3,5% em março, contra 3,2% registrados em fevereiro e acima das expectativas de mercado.
A inflação mensal foi de 0,4%, mesma margem de fevereiro e também acima das expectativas. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.
O banco central dos EUA tem uma meta de inflação de 2%. Após o crescimento de empregos mais forte do que o esperado em março, bem como a queda da taxa de desemprego de 3,9% em feve-reiro para 3,8%, alguns economistas adiaram as expectativas de corte dos juros para julho.
Depois dos indicadores, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 84,8% de o Fed manter os juros em sua reunião de política monetária de 11 e 12 de junho, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Na ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgada também na quarta-feira (10), as autoridades da instituição se mostraram preocupadas com a possibilidade de o progresso da inflação ter estagnado e de ser necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços.
"De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação ele-vada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%", disse a ata.
As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o corte de juros acontçea muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.
Na semana passada, o payroll, o principal relatório de emprego norte-americano, voltou a indicar um mercado de trabalho forte no país. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o país abriu 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, acima do projetado pelo mercado, de 200 mil novos postos.
Após a divulgação da inflação ao consumidor norte-americana, a maioria das bolsas pelo mundo fechou no vermelho. As três principais bolsas de valores de Wall Street fecharam em queda, assim como alguns índices acionários na Europa.
Ainda no exterior, os mercados também acompanharam a variação dos preços internacionais do minério de ferro, que subiram no início da semana em meio à expectativa de melhora da demanda da China, maior consumidor global da commodity.
Já no Brasil, o principal destaque da semana fica com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação oficial do país mostra que os preços subiram 0,16% em março, abaixo das expectativas do mercado financeiro.
O maior impacto do mês veio novamente do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53% e peso de 0,11 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Mas é uma variação mensal menor que feve-reiro, quando os preços do grupo haviam subido 0,93%.
Para o mercado financeiro, a inflação veio bem abaixo da projeção, mas ainda não afasta a preo-cupação com a inflação de serviços. Os serviços subjacentes, um núcleo focado em serviços e que exclui itens mais voláteis, teve alta levemente mais forte que o mês anterior, de 0,44% para 0,45%.
"O ponto de preocupação continua sendo os serviços subjacentes, que, ao se manterem praticamente estáveis, continuam em um patamar incompatível com as metas de inflação – e deverão continuar justificando a cautela do Banco Central", diz Helena Veronese, economista-chefe da B. Side.
Na agenda corporativa, as atenções aseguem com o noticiário envolvendo a Petrobras. Na sema-na passada, voltaram a surgir rumores no mercado de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, pode ser demitido da companhia e substituído pelo atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A notícia de que o governo também decidiu pagar parte dividendos da Petrobras, tema que foi alvo de crise com Prates, também continuou sob os holofotes. Segundo o blog da Julia Duailibi metade dos dividendos serão pagos, valor em torno de R$ 20 bilhões.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/04/10/dolar-ibovespa.ghtml
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