Dinheiro da Eletrobras que governo quer antecipar deve sobrar e reduzir conta de luz em até 5%, diz ministro

Governo quer usar aproximadamente R$ 11 bilhões restantes para o barateamento da conta de luz.

Esse dinheiro é relativo aos aportes que a Eletrobras tem que fazer à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que financia o setor. Adiantamento total seria de R$ 26 bilhões.

Por Lais Carregosa, Pedro Henrique Gomes, Guilherme Mazui, g1 — Brasília

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira (3) que a antecipação dos R$ 26 bilhões em depósitos da Eletrobras vai pagar os empréstimos das distribuidoras e so-brar. O governo ainda tenta o adiantamento junto à empresa (entenda mais abaixo).

Esses adiantamentos se referem aos aportes que a Eletrobras tem que fazer na conta de desenvolvimento energético (CDE).

O governo pretende:

usar cerca R$ 15 bilhões para quitar despesas do setor energético que foram necessárias na época aguda da pandemia de Covid (quando as tarifas ficaram congeladas) e no período de escassez hídrica, em 2020 e 2021(quando o governo precisou contratar energia térmica, mais cara que a hidrelétrica).

usar os aproximadamente R$ 11 bilhões restantes para o barateamento da conta de luz.

Com esses excedente, segundo o ministro, a tarifa pode baixar em até 5%..

Contudo, Silveira não esclareceu o mecanismo que vai adotar para o barateamento. O governo poderia, por exemplo, usar o excedente para pagar custos das empresas; ou para reduzir a conta de subsídios -- que tem pesado nos reajustes. Os subsídios são valores -- pagos pelos consumido-res na conta de luz -- que servem para custear projetos na área de energia (por exemplo, o Luz para Todos).

"Nós queremos utilizar esse recurso para quitar essas contas Covid e conta escassez hídrica e, somado a isso, nós entendemos e os números demonstram que o que ainda sobraria de recursos nós teríamos condição de chegar aí entre 3,6% e 5% de dedução da conta de energia de todos os brasileiros e brasileiras", declarou em entrevista a jornalistas.

Essas contas são fruto de transações de emergência às distribuidoras para lidar com custos adici-onais da pandemia –com o represamento das tarifas aos consumidores–; e da escassez hídrica entre 2020 e 2021, quando a falta de chuva obrigou as empresas a contratar energia mais cara.

Agora, o custo desses empréstimos tem sido uma parcela dos reajustes tarifários, com efeitos sobre a conta de luz.

Silveira faz referência ao rascunho de medida provisória que promete reduzir a conta de luz em 3,5% já em 2024. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a medida deve ser publicada até a próxima semana.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/04/03/antecipacao-do-dinheiro-da-eletrobras-vai-sobrar-e-pode-reduzir-conta-de-luz-em-ate-5percent-diz-ministro.ghtml