Falta de estrutura e colheita manual podem deixar o azeite brasileiro mais caro; entenda
Azeitólogo Davi Enrique Jönck explica sobre as propriedades de um bom azeite
Produção nacional vem ganhando destaque nos últimos anos com produtos de qualidade, no entanto, alguns custos elevados acabam influenciando no preço final.
Falta de estrutura e colheita manual podem deixar o azeite brasileiro mais caro; entenda
O Globo Repórter desta sexta-feira (27) mostra produtos feitos no Brasil que estão surpreendendo e chegando ao topo do mundo. No Rio Grande do Sul, uma nova riqueza surge nos campos, mas que tem uma história milenar: o azeite.
O cultivo das oliveiras em escala comercial só foi retomado recentemente no país e o azeitólogo Davi Enrique Jönck explica sobre as propriedades de um bom azeite e qual o motivo do produto nacional, muitas vezes, ser mais caro do que azeites importados de Portugal e Espanha, por exemplo.
"Tem pouca produção e acaba tendo um valor mais elevado. Além disso, a gente não tem máquinas brasileiras, as garrafas também precisam ser importadas. Como é um produto artesanal, a colheita é manual e vamos de oliveira por oliveira. Ai a gente tem que contratar muitas pessoas pra ajudar a gente. E aí aumenta o custo", explica.
Acontece que o azeite é extraído pelos humanos há cerca de 8 mil anos e tem um longa história no Brasil, com o plantio feito pelos jesuítas no século XVI. No entanto, Dom João VI mandou destruir os olivais em 1821 para evitar a concorrência com Portugal e, com isso, o cultivo das oliveiras em escala comercial só foi retomado recentemente no país e o nosso produto já ganha destaque também em outros países.
Falta de estrutura e colheita manual podem deixar o azeite brasileiro mais caro; entenda — Foto: Reprodução/TV Globo
Azeite brasileiro de qualidade
O casal Rosane e Jorge foi um dos pioneiros no azeite extravirgem no Rio Grande do Sul, estado que garante 75% da produção nacional. As primeiras mudas foram plantadas em 2005 e, após anos de trabalho, conquistaram o reconhecimento mundial, ficando entre os melhores do planeta na “Internacional Olive Oil”, competição que acontece simultaneamente no Brasil e em Portugal.
O processo do azeite é feito num maquinário chamado Lagar. Em Canguçu (RS) a Cláudia Santos figura como uma das primeiras mestres de Lagar do Brasil e também tem um azeite premiado, eleito o melhor do Hemisfério Sul pelo Conselho Internacional, na Espanha.
"O azeite de oliva tem três grandes inimigos, que é a luminosidade, a temperatura e a oxigenação. Então, ele tem que estar pra luminosidade em garrafa escura, não expor esse azeite a temperaturas altas, não deixar ao lado do fogão, não deixar no sol, não guardar no refrigerador e manter a garrafa o máximo de tempo fechada", conta ela.
https://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2023/10/28/falta-de-estrutura-e-colheita-manual-podem-deixar-o-azeite-brasileiro-mais-caro-entenda.ghtml
Comentários