Cafeteria aberta durante a pandemia nasce adaptada a novos hábitos de consumo e já lucra

A casa oferece 15 tipos de café e tem uma alta margem de lucro.

Foto g1.globo - Cafeteria aberta durante a pandemia nasce adaptada a novos hábitos de consumo e já lucra

O empreendedor Eduardo Daniel Salgado criou 'combos' que levam a experiência da cafeteria para o cliente em home office, com cultura e leitura. Faturamento da empresa cresce ao ritmo de 30% ao mês.

Por Marcelo Baccarini

O empreendedor Eduardo Daniel Salgado abriu uma cafeteria na Zona Oeste da cidade de São Paulo em plena pandemia. E as restrições fizeram com que o seu negócio nascesse já adaptado a novos hábitos de consumo e com uma estrutura enxuta.

A estratégia fez a cafeteria lucrar desde o primeiro mês de abertura.

 “A gente nasceu num cenário já de redução da demanda e de proibições inclusive na oferta, então isso dificultou para começar o negócio. Mas, na realidade, foi algo que ensina para gente todos os dias como que são as novas pessoas, como são os novos hábitos de consumo dos nossos clientes", conta Eduardo.

Físico e digital

A cafeteria une o espaço físico com o digital. Eduardo faz a divulgação nas redes sociais, as entregas e também oferece toda a experiência de tomar um café em um ambiente aconchegante.

Para se adequar aos novos tempos, ele e a sua mulher criaram 'combos' que levam a experiência da cafeteria para o cliente em home office.

“Como se fosse um coffee break. Com café, mas também com toda a parte de cultura, de leitura. A gente sempre traz alguma notícia para que a pessoa consiga ser abraçada por esse momento", diz.

A casa oferece 15 tipos de café e tem uma alta margem de lucro. Para se ter uma ideia, toda a matéria prima representa 20% do preço de venda. Ou seja, o que o Eduardo precisa fazer é vender bastante café. Para isso, ele oferece 'comidinhas' doces e salgadas, que, embora tenham margem de lucro menor, fazem com que o cliente fique mais tempo na mesa, e consuma mais café.

A estratégia tem dado certo: o ticket médio da cafeteria é de R$ 23,50. E o faturamento mensal, de R$ 40 mil, está crescendo ao ritmo de 30% ao mês.

Estrutura enxuta

As adversidades da pandemia fizeram com que a cafeteria nascesse com uma estrutura mais enxuta. O custo da mão de obra e do aluguel não ultrapassa 40% do faturamento bruto. Um limite saudável para um negócio deste segmento.

“Você ter a facilidade para reduzir seus custos fixos, quanto mais custo variável você tiver, melhor nesse sentido, porque eu consigo enxugar no espaço de tempo curto", diz Eduardo.

Além disso, a cafeteria tem reserva em dinheiro para imprevistos.

Planejamento

Para empreendedores como Eduardo, a pandemia deixou uma preciosa lição: todo negócio é um risco, que fica menor com um bom planejamento.

“É planejar pensando cenário. A reabertura pode não vir no tão cedo. A vacina pode não chegar tão cedo. A gente pode ter uma outra no futuro", diz Victor Macul, coordenador de empreendedorismo do Insper.

“Acho que a gente vai partir para uma forma de consumo mais consciente, uma forma de consumo que abrace mais. E isso tem muito a ver com nossos negócios, eu acho que isso vai ser algo bom. // Então eu vejo com bastante otimismo o que tem por vir", conclui Eduardo.

https://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes-negocios/noticia/2020/12/27/cafeteria-aberta-durante-a-pandemia-nasce-adaptada-a-novos-habitos-de-consumo-e-ja-lucra.ghtml