Indígenas e quilombolas ocupam prédio da Secretaria de Educação de Caucaia
A SME prometeu entregar um cronograma de ação até a próxima sexta-feira, 3
Autor Luciano Cesário
Prédio ficou ocupado por quase dez horas. Protesto foi encerrado após reunião(foto: Divulgação)
Sede do órgão permaneceu ocupada por quase dez horas. Movimento foi encerrado após secretário indicar que atenderia parte das reivindicações apresentadas
Povos originários e comunidades tradicionais ocuparam o prédio da Secretaria de Educação de Caucaia (SME), na Região Metropolitana de Fortaleza, nesta quarta-feira, 1º, para reivindicar melhorias nas escolas indígenas, do campo e quilombolas. A mobilização começou às 8 horas e foi encerrada no fim da tarde, por volta das 17h30min, após uma reunião entre os manifestantes e o titular da Educação, Sérgio Kobayashi. Mais de 200 pessoas de diferentes etnias participaram do protesto.
O grupo elencou um conjunto de providências para 17 escolas municipais localizadas na zona rural. Os pedidos envolvem reparos na infraestrutura das unidades, contratação de servidores, material pedagógico, abertura de novas turmas, merenda escolar de qualidade, transporte escolar e fardamento gratuito para os estudantes. As solicitações foram apresentadas ao secretário na reunião, que durou cerca de sete horas.
De acordo com o Cacique Roberto Anacé, um dos líderes do movimento, a Secretaria se comprometeu em atender a maior parte das reivindicações. "Nos deram a garantia de que vão abrir novas salas de aula, regularizar o transporte escolar e tratar os povos indígenas e quilombolas com mais respeito. Isso é o mais importante, o respeito", afirmou. O desfecho da reunião foi decisivo para o encerramento da ocupação.
A SME prometeu entregar um cronograma de ação até a próxima sexta-feira, 3, com o detalhamento de todas as medidas que serão executadas. "Se não cumprirem com a palavra, vamos ocupar [o prédio da Secretaria] quantas vezes forem necessário", sublinhou Cacique Roberto. A liderança indígena frisou que a ocupação do prédio foi uma resposta ao "descaso histórico" com que são tratados os povos originários de Caucaia.
Em nota enviada ao O POVO, a Prefeitura de Caucaia alegou que as demandas apresentadas pelo movimento são antigas e foram originadas em gestões anteriores. Em relação ao transporte escolar, o texto ressalta que a frota será reforçada com mais dez veículos a partir da próxima sexta-feira, 3. Sobre a carência de servidores, a nota frisa que a SME realizou um processo seletivo recentemente para a contratação de mais de 2 mil profissionais da Educação.
Quanto à qualidade da alimentação escolar, a Prefeitura afirma que "todas as escolas da rede municipal estão recebendo merenda e sendo devidamente abastecidas", salientando ainda que eventuais problemas de entrega são solucionados de forma imediata. Além disso, a nota informa que as merendeiras passaram por curso de capacitação no início do ano "para garantir merenda de qualidade".
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