A Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp) do Ceará iniciou, nesta quarta-feira (03), a primeira turma do Curso de Negociação Policial. A ação educacional tem o intuito de habilitar integrantes do sistema de segurança pública para atuarem de maneira profissional, como negociadores policiais, através de técnicas e táticas apropriadas em ocorrências de alta complexidade, que haja a necessidade de utilizar a negociação como uma das alternativas táticas do gerenciamento de crises.

A aula inaugural, que aconteceu no auditório da Instituição de Ensino, foi marcada pela palestra: “A importância da alternativa tática negociação como ferramenta de garantia dos direitos humanos”, ministrada pelo chefe de Gabinete da Casa Militar do Governo do Ceará, tenente-coronel PM, Alkimar Sampaio de Souza, que discorreu sobre a forma correta de negociar com grupos rebelados ou com reféns, de forma a obter uma resposta positiva dentro da perspectiva dos direitos humanos.

Durante a solenidade, o diretor de planejamento e gestão interna da Aesp, delegado Nartan da Costa Andrade, destacou a importância da integração entre os órgãos de segurança pública. “Fico muito feliz, quando a gente inaugura um curso como esse, no qual podemos demonstrar de forma plena o objetivo primordial da Aesp, que é a integração. Temos a participação de representantes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil, da Polícia Militar do Ceará e de outros estados. E isso é muito bom, pois estimula a troca de experiências, no sentido de fortalecer ainda mais o objetivo da integração”.

Nartan Andrade também ressaltou a importância desse conhecimento para o estado do Ceará. “Sou um entusiasta da negociação, estudo o tema há alguns anos na seara policial e vejo a importância de estarmos treinando os nossos policiais a buscarem alternativas nessa área da negociação, pois muitas vezes essa ação é necessária. Percebemos o empenho e o interesse dos nossos policiais, quando eles procuram se aperfeiçoar para essa nova sistemática na área da negociação. E isso só irá trazer muitos benefícios para a Segurança Pública”, concluiu.

A matriz curricular de 200 horas/aula contempla, em seu conteúdo programático, disciplinas teóricas e práticas de doutrina e direito aplicado ao gerenciamento de crises; noções de psicologia e psicopatologias; suícidologia; sociologia do crime e da violência; terrorismo e grupos terroristas; explosivos e artefatos explosivos; inteligência policial aplicada à negociação; negociação em tentativa de suicídio; negociação com presos rebelados, entre outras importantes disciplinas que auxiliarão o agente público na resolução do evento crítico, utilizando técnicas e táticas específicas para cada situação.

Para o aluno delegado Antônio Pastor, que também é Coordenador de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, esse curso irá refletir positivamente no serviço oferecido para a sociedade. “A negociação é uma das alternativas táticas que visa o menor dano possível dentro da operação. Por isso, é importante que nós possamos compreender e executar essa doutrina, a fim de auxiliar em eventos críticos e situações de crise, para que se obtenha sucesso nesse tipo de operações”, aponta o discente.

Vinte e um profissionais de segurança pública participam desta capacitação que segue até o dia 25 de novembro de 2021, incluindo policiais rodoviários federais, policiais penais, policiais civis, bombeiros militares e policiais militares dos estados do Ceará, do Piauí; do Paraná e do Rio Grande do Norte.