Casal que usou fantasia sexual para matar vigilante no Ceará é condenado

Casal planejou morte de amigo para ficar com o carro dele. Corpo do vigilante foi encontrado com sinais de tortura.

Casal foi preso e condenado (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução) Do G1 CE Duas  pessoas foram condenadas pelo assassinato do vigilante Francisco Edilson de Sousa, ocorrido em 10 de dezembro de 2014, em Maracanaú, na Grande Fortaleza. A decisão, do juiz titular da 2ª Vara Criminal de Fortaleza, Antônio José de Norões Ramos, condenou o casal José Nilton Nascimento da Silva e Maria Claudenir Paiva Bonifácio Queiroz às penas de 34 e 32 anos, respectivamente, de reclusão em regime fechado. O casal foi preso em 20 de abril de 2015 José Nilton e a vítima trabalhavam juntos como vigilantes da Universidade Federal do Ceará (UFC). Segundo o delegado Fernando Cavalcante, responsável pelas investigações, José Nilton e a mulher planejaram matar Francisco Edilson de Sousa para roubar o carro dele. O corpo da vítima foi encontrado três dias após o sumiço ser registrado pela família. Ele foi achado com sinais de espancamento e tortura. José Nilton Nascimento da Silva e Maria Claudenir Paiva Bonifácio Queiroz foram condenados ainda pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, falsificação de documento público e uso de documento falso combinados com os artigos que preveem concurso pessoas e concurso material de crimes, do Código Penal, e com a lei dos crimes hediondos. Além deles, o filho do casal, Leandro Bonifácio da Silva, foi condenado a 12 anos de reclusão pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, falsificação de documento público e uso de documento falso, combinado com concurso pessoas e concurso material de crimes. O juiz decidiu pela absolvição de Leandro da acusação de envolvimento com o crime latrocínio. Crime Segundo a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Pedro Olímpio Monteiro Filho, no dia 10 de dezembro de 2014, Edilson foi seduzido por Claudenir, que levou o vigilante para a casa dela, localizada no município de Maracanaú. “Esta foi a primeira etapa de um plano diabólico, marcado pela crueldade e frieza dos condenados, para roubar o carro da vítima”, explica o promotor de Justiça. Na casa, Claudenir ofereceu sopa com tranquilizantes para Edilson, que adormeceu, sendo, então, amarrado e amordaçado por José Nilton. De posse do patrimônio da vítima, um veículo modelo Fiat Strada Fire, eles seguiram para a segunda fase do plano, que era desaparecer com Edilson. No dia seguinte, Claudenir, utilizando documentos de outra mulher, alugou uma casa na rua Pedro Cardana Sales, no bairro Canindezinho, em Fortaleza, onde ocorreu o assassinato. "Ficou também claramente evidenciado que a vítima foi brutalmente torturada no interior do prédio antes de vir a óbito", afirma Pedro Olímpio Monteiro Filho. Horas depois, Claudenir Paiva Bonifácio Queiroz, ainda fingindo ser outra pessoa, repassou o carro da vítima por R$ 6 mil a uma revenda, com o certificado de registro de veículo adulterado por José Nilton, que assinou a transferência, bem como providenciou cópia da documentação pessoal de Edilson. De acordo com promotor Pedro Olímpio, o caso veio à tona com o registro do desaparecimento do carro, uma vez que o comprador do veículo, quando foi regularizar a documentação para poder revendê-lo, descobriu se tratar, na verdade, do fruto de um roubo. “A elucidação do desgraçado evento sangrento somente foi possível por força do excelente trabalho da polícia judiciária, que conseguiu localizar e apreender o veículo de propriedade da vítima, identificando, em seguida, todos os envolvidos na execução do crime de latrocínio”, ressalta. Morte do sogro Ainda de acordo com as investigações, Maria Claudemir se separou de José Nilton em 2011 para se casar com o próprio sogro com objetivo de receber pensão. O idoso morreu no mesmo ano em que se casou com Maria, e a polícia vai investigar se o casal é responsável também pela morte do sogro. “Ela está até hoje recebendo benefício da previdência municipal porque o pai dele era Guarda Municipal. Ocorreu uma fraude na previdência e isso aí vai ser investigado”, relata o delegado Fernando Cavalcante.